Entre o poeta e a flor, quais seriam os pontos em comum?, pensou o beija flor. Ao olhar pra margarida, que estava no esplendor de sua juventude, percebeu que ela havia o escutado. Com sorriso foi se achegando, e esperou pela resposta dela. E ela assim o disse : poetas e pássaros possuem asas e vivem em um mundo em que todos pisam e um além, e é neste além que há proximidade das asas de um pássaro pra as asas de um poeta. Assim como os pássaros, o poeta não tem o controle do destino de seus poemas. Eles simplesmente nascem e seguem sua sina. Não há um norte e não ha um querer nisso. Simplesmente segue, não sabendo se estão indo ou voltando. Se eles deveriam ir ou ficar.
E o pássaro, que não concordava com afirmativa da nobre bela flor, questionou-a: como dizes isso de mim? Sei muito bem pra onde vou e sei que não fico plantado em um só lugar, como a vossa pessoa.
Sabe a semelhança de um poeta com uma flor? - pergunto-o ela.