domingo, 31 de março de 2013

Óculos

Estava outra vez aqui. Isso está virando rotina. Céus! Eu no quarto pequeno, escrevendo coisas na tela de um computador. Meus pensamentos divagam por tantos caminhos que poderia estar ligava a você. Mas agora o 'você' era diferente. Era uma outra pessoa. Parei o que estava fazendo e olhei para a foto no meu celular. Agora era diferente. Era real. Isso era estranho. Não eram lembranças que eu criava em minha mente, era algo que realmente havia acontecido. Um sorriso se formou em meus lábios, nos mesmos lábios que ficaram inchados depois de tantos beijos. Sei lá. Estava dando certo. Temi tanto que eu não iria conseguir me aproximar de um outro alguém. confesso que a primeira tentativa havia falhado e feio. Mas a segunda... Havia sido bem melhor. Entendi claramente o porquê das pessoas dizerem 'dê um tempo'. Não sentia pulsar em mim aquele vazio insuportável de outrora. Agora sentia uma pontada de felicidade, principalmente quando lembrava daqueles olhos castalhos claros próximos aos meus. Eu não estava apaixonada, tão menos amando. Talvez encantada. É, encantada. Ele despertava em mim sentimentos bons. Ele me provocava, me contrariava, brigava, mas me beijava. Céus! Como assim? Taria eu gostando dele de verdade? Claro que não! Em absoluto! Que coisa... Minha mente pensa cada uma... Estávamos apenas ficando. Era estranho essa palavra. Mas pela primeira vez, eu curti isso.
Céus!
É sempre bom sentir isso.
Sentir viva outra vez.
Não quero me apegar a alguém, mas pegar alguém eu quero.
Bora lá...
Ajeitei meu óculos e comecei a ver tudo normal. Sem ilusões, sem medo de tentar arranjar um jeito de encontrar com alguém que arranjava desculpa para não se ver. Eu conseguia ver um 'até logo' sem me preocupar quando seria esse 'logo'. Não estava mais ansiosa. Isso é brilhante.

sábado, 30 de março de 2013

Nascimento

Blanka - As vezes penso que quando nasci alguém olhou pra mim e disse: 'Cuidado!', mas juro que não sei o motivo .
Carlos - Já se perguntou se era pra você mesmo que ele se referia???
Blanka - Eu acho que ele olhava pra mim... é isso que eu penso.
Carlos - hunm... Ele poderia ter dito isso com a finalidade de avisar a você.
Bianka - avisar a mim?
Carlos- Sim, avisar.
Bianka - Tipo... Para eu tomar cuidado com o que vivo? Com o que eu faço ou com que os outros fazem?
Carlos - Isso. Tome cuidado. Há muitas coisas boas no mundo, mas há gente que se veste de boa pessoa, mas que na verdade é um lobo mal.

Parque 13 de Maio

Desci do ônibus e atravessei a pista. Eram quase duas horas da tarde. O parque estava tranquilo. Tranquilo de mais para uma quinta-feira-quase-feriado. 
Brinquedos diversos, como balanços em formatos de mini-bicicletas-sem-rotas-e-sem-pedais, escorregos no formato de foguete. Traziam ótimas memórias. Olhei um brinquedo que a única função dele é se pendurar com as mãos e chegar ao outro extremo... Aquilo ali era um verdadeiro paraíso... E como era!
O sol estava quente, o vento deixava a temperatura mais agradável. Me perdi vendo os pombos voarem... O escorrego não era tão alto quanto era quanto eu tinha nove anos. Não havia nenhum vendedor próximo. Nada de pipoca, nada de bolas... Só algumas crianças... 


Fragmentos - Esquecer

Tá querendo esquecer de alguém? Marque um encontro no décimo dia pós início de seu ciclo-mensal-feminino. É tiro e queda.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Lábios

Lábios vermelhos,
apenas lábios,
lábios inchados
Lábios macios,
apenas lábios.

Mão,
boca,
sua face,
seus olhos,
sua boca.
Céus!
Beijo.

Momento,
apenas isso.
Seus olhos,
sua boca.
Beijo.

terça-feira, 26 de março de 2013

Táticas do coração << parte 1 >>


quarta feira a noite
Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes eu tinha decidido parar ou desistido. Mas algo me motivou a escrever uma última “última vez”. Não sei o que eu tinha dito, mas tinha dado Adeus... E por ironia do destino, ele respondera. Numa travada de argumentos, num tenso jogo de linguagem entramos. Eu sei que aquilo mexeu comigo. Uma das coisas que ficou pairando na minha mente foi que ele escreveu "I love the away you lie...". Eu tentei entender o que ele queria dizer com aquilo, mas só sabia que ele estava equivocado. Como ele pudera ter escrito aquilo? Mas o que eu quero contar aqui é como foi o caminho que eu tomei e para que você entenda como foi que tudo continuou do jeito que continuou. 

Na sexta feira,
...pela manhã já estava com ideia do que eu iria fazer. Na noite seguinte decidi começar. Mandei a mensagem "Oi! Meu nome é Laura. E o seu?". Isso era o que eu tinha em mente. Se ele não respondesse eu não iria continuar. Nisso senti o celular vibrar. Ele havia respondido. E agora? Eu não tinha imaginado o segundo passo, não tinha pensado que ele iria responder. Eu tava pensando que eu era mulher suficientemente corajosa de estar dançando e convidar o homem para dançar. Não me prendia em um canto esperando ser convidada. Conferi a resposta dele. Ele disse "Lucas". Só uma palavra, mas respondera. Ou seja, ele estava suficiente interessado para responder, mas não o suficiente para fazer um diálogo.  Eu respondi  "me disseram que você trabalha na Contar Mais, mas nada sobre faculdade, você pensa fazer algum curso?" enviei. Instantes depois ele respondeu com um simplório "saúde". "Acho que eu deveria ter sido mais específica" eu enviei. Eu sabia que ele queria ser dentista, ele já tinha  mencionado. Mas essa coisa toda de pensar e fazer de conta que agente não se conhecia estava sendo um pouco complicado para mim. Fazia tempo em que eu não conhecia ninguém e eu estava tendo uma batalha interna para poder me lembrar de como isso era feito. Eu não salvei o número dele na minha agenda, eu já tinha decorado. Era um número fácil, três sequencias de números. "Espero que você goste de ler, Saúde parece ter uma carga de leitura mais pesada do que Letras, você gosta?." Respondi. "Sim, principalmente se for algo que eu goste". Decidi parar por ai. Já era bom eu saber que ele estava respondendo. Eu queria ver o que eu ia fazer agora. Eu estava confusa. Eu estava com sérias dúvidas. Cheguei em casa. Fui dormir. Isso tinha sido na segunda sexta feira de agosto.

No Domingo,
 a noite, mandei outra mensagem, dizia "Oi amigo. Tudo bem? Monopolizou o dia com seu pai? Eu sai com o meu pai. Sabe qual é a vantagem de ter uma irmã de 5 anos? Você pode brincar com ela sem ter que ficar olhando para a sua idade. Como, por exemplo, estar numa grande  loja, pegar um carro de criança e apostar corrida com outra", realmente havia acontecido isso. Eu queria colocar Amanda naquele carrinho pra eu empurrar, mas todas as vezes que eu chegava pra pegar, algum ser pequeno, menino ou menina, estaca usando. Quando menos eu espero, Luana pega e coloca Amanda. Eu não iria ficar para trás. Estava chato esperar para pagar as compras. Peguei uma bola de basquete e fiquei quicando ela enquanto as meninas corriam de carrinho pelo corredor. Tinha um garoto, de seus 6 ou  7 anos, que corria muito. Estava bom. Já deitada minha irmã mais nova, Ginna, estava com o celular de Luana, nossa irmã do meio, pediu que eu enviasse uma mensagem a ela. Como eu estava com sono e muito cansada mandei pra ela e depois para ele "Tenha uma delicada noite de sono. Boa noite". Desliguei o celular e o coloquei embaixo do travesseiro como eu sempre fazia. 

Continue lendo a parte 2

segunda-feira, 25 de março de 2013

A paquera

Estava eu, atrasada de novo para ir ao estágio, na parada para pegar o ônibus. Alguém perguntou algo pra mim, como eu estava mergulhada nos meus pensamentos, não percebi. Tocou no meu ombro. Olhei e deparei num perfeito tom de olhos castanhos. Não sei ao certo quanto tempo ficamos nos olhando. Eu não falei nada assim como ele também não disse nada. Um sorriso apareceu em mim e ele sorriu também. Eu não queria interromper aquela troca de olhares... Ele também não. O som de ônibus vindo e indo aparecia de vez em quando. Aos poucos ele levantou a mão do meu ombro e tocou-me no rosto. Um arrepio subiu em minhas mãos, em meus olhos, em meu rosto... Ele perguntou se o ônibus dele passava na parada em que estávamos. Eu respondi que sim. Disse que eu iria pegar ele também. Ele riu. Me toquei na dubiedade da frase, mas já era tarde e ele segurou meu rosto... 

domingo, 24 de março de 2013

Sonho

Eu aqui,
Você ai.
Tão longe fisicamente...
Tão perto indiscutivelmente...

Sonho contigo.
Sonho, além de tudo, comigo.

Ariele (Continuar)


O vento zunia assustadoramente... Quando iria começar a chover? Estava claro que iria... O céu possuía um tom acinzentado... Eu não sairia de casa se não fosse tão preciso. O vento, além de gelado, vinha carregado de uma jorrada de areia que, ao tocar na pele, parecia minis alfinetes, saia cortado e arranhando cada pedacinho de pele...

Algo moveu. Algo moveu mesmo? Eu vi um vulto atrás daquela árvore... Eu realmente havia visto um vulto.
Continuei caminhando pela avenida... Caramba... O que eu tinha que fazer por esses lados em pleno domingo? Um só ser vivo não encontrava. Era chato... Estava desconfortante caminhar por ali. A ideia vinha e ia... Maldita ligação. Por qual motivo tinham que ligar pra mim, justamente pra mim, para pedir uma ajuda? Justamente naquelas bandas... Fazia séculos que eu não pegava este caminho...

O vento, de tão forte que veio, levou o meu chapéu, meu pequeno e nobre chapéu. E era rápido... Muito rápido... Tive que correr pra tentar pegá-lo... Parecia até um jogo... Daquele do tipo "pegue se puder".

Cai, levantei... E o danado do chapéu corria... Corria... Corria...
Quando finalmente para. Parou em frente de um jardim. Um jardim escuro... Estranho! Quem iria cultivar rosas arroxeadas no meio de flores amarelas? Tinha um formado esquisito, principalmente levando em consideração os tons daquela casa. Azul fosco com colunas douradas e havia algo escrito, em cima da porta de entrada... Num tom rosa delicado claro... 

Meu chapéu pulou e seguiu até o portal de entrada daquela imensa casa estranha. Por coincidência o meu chapéu era de um tom claro de rosa.
Um instrumento de corda começou a ser tocado. O som era, talvez, daquele instrumento que tem com apoio o ombro, que é tocado com alguma espécie de madeira e palha... Talvez o nome seja... Violino! Tocou Fascinação... E aquela linda música do arco-íris e algumas outras que eu não soube nomear.
De repente, um sono tranquilo foi dominando o meu ser... Havia uma mangueira, cuja sombra era tão convidativa para uma bela soneca quanto aquele som era tranquilizador... Será que alguém iria se incomodar por alguém descansando em baixo daquela bela árvore no cantinho, meio escondidinho, do jardim?
E o sono começou a me deixar menos desperta... Sentei...
Ao acordar eu não mais me encontrava embaixo daquela doce e acolhedora mangueira. Estava numa cama espaçosa e macia, num quarto completamente rosa. Muito rosa, até demais. Será que alguém realmente gostava daquele quarto do jeito que se encontrava? Exagerado... 

Sai do quarto. Pelo que eu percebi acabava de entrar num corredor longo e cheio de portas. Cada porta tinha um nome. O nome do quarto em que estava a cinco minutos atrás  era o Quĩntus Decimus. A direita continuava com Sextus Decimus e continuava a crescer. Se havia uma saída, é claro que havia, tinha que haver... Era do lado oposto. A cada numeração, havia um logotipo que acompanhava a numeração. A do quarto rosa era um coelho branco, com um grande laço rosa. O corredor estava escuro e não dava pra ver mais coisas. Mas aqueles olhos, daquele fofo coelho, eram simplesmente assustadores, como se eles desejassem mais do que ele já possuía. Era intrigante. Como uma figura tão delicada, que o coelho é, poderia ser tão... Tão... Tão... Assustadora? Eu teria, com certeza, pesadelo se dormisse naquele quarto. A porta do Tertĩus Decimus tinha um girassol e alguma outra coisa. Estava escuro demais. Que horas seria, a final? 

Um barulho de algo quebrando, fez o silêncio do corredor sumir assim como me fez um susto. Eu estava numa casa estranha, escura e... E... E sozinha. Corri. Corri sem pensar. A adrenalina subiu na minha cabeça e se espalhou pelo meu corpo mais rápido do que um piscar de olhos. Não reparei, era só o que faltava!, que o corredor entrava numa curva fechada. O corredor estava escuro demais. Bati com o corpo todo com a porta. A porta se abriu. Cai.  Era de um tom delicado de azul claro, com pequenos detalhes roxos, ao menos assim era o piso. Quando levantei meu olhar, vi que na porta havia escrito Septimus, e uma espécie de anunciador de vento com pássaros roxos. Era simplesmente... Magnífico. O quarto estava escuro, terrivelmente escuro. Eu não conseguia ver mais nada, absolutamente nada.

Uma sineta, ao que parecia, tocou em algum lugar próximo e, no mesmo instante, as luzes foram acendendo no corredor, assim como o quarto.

A Catástrofe - prólogo

--Sérias coisas andam acontecendo... Como posso fugir? Como posso socorrer? Nada posso fazer --- Líria pensara. --Sou pequena demais num mundo derramado no caos das verdades não ditas, dos sentimentos não revelados... Como, pudera eu?, cair nessa outra vez?-- Não conseguia ver o que estava em volta... simplesmente apagara qualquer vestígio de felicidade que estava a volta. Não havia sobrado ninguém... Todos se foram... Estavam em outra parte do mundo que era desconhecido para os humanos... Era capaz de ver o cinza, mas não via o verde que tanto conhecera  e passara a vida explorando... Tudo acabara. Acabara. 
Como, pergunto, o ser humano pode ser tão constantemente ameaçador para a própria raça? Não há mais vida, não há mais dança, não há mais canções... O Choro que se seguiu não foi pela perda permanente dos parentes da face da terra, mas por pensar que não conseguiria dá um passo sabendo que mais disso poderia acontecer... Chorei, chorei, chorei... Chorei. Tudo acabara.

Villa - prólogo

Faço a mínima ideia... Estava andando, por ai, sabe? O que eu poderia fazer? Ele simplesmente pedira para mim escrever... Não havia nada em minha mente. Não posso escrever do nada, sem tomar nada como inspiração... Já sei. "O que sonhavas?", comecei. Sabe? Escrever pode até ser uma coisa aparentemente fácil, mas fazer algo curioso e que atraia atenção do leitor pode ser um pouco complicado... "Ser um super-heroi? Ser um gatuno dos olhares femininos?",Qual é? Eu estava pensando em fazer um personagem bonito. Que seja simplesmente atraente... mas... "Ser um escritor do gênero terror, farias que o personagem principal fosse o vilão?" Sei lá. Acho que vou desistir... "Ele caminhava na direção do sol, sendo que este já estava pondo. A lua brilhava incansavelmente no céu noturno. -O que fazer para não dizer adeus? - Falara isso olhando tristemente para o céu. --Não sei o que fazer-- pensara. 

Dez anos se passara desde aquele episódio na praia aos 17 anos. Homem formado em engenharia intra florestal... 

Analisando a tira "Papai, como nasci"

Aluna: Samanta Freire
Data: 5 de Março de 2011

 Analisando a tira "Papai, como nasci"
  As palavras que foram destacadas tem como função primária a informática. 
 Sabemos que a língua é viva quando ela adere novas palavras ou quando ela ganha novos significados dependendo do contexto que está inserido.
  O que acontece na Tira é justamente mais um caso de termos que são reaproveitados do seu sentido original.
  Uma das ciências que estuda a Língua é a Pragmática. O campo de estudo que a Pragmática toma como via é justamente a Coesão e Coerência Textual. Tomemos Texto como aquilo que gera sentido. Sem delimitar o que ou a quem gera sentido.
 Neste caso podemos dizer que se uso uma palavra e insiro uma nova perspectiva sobre ela, posso dizer que, se gerou significado ou que a mensagem que está sendo passada foi entendida, "ela ganhou um novo horizonte".
 As palavras que foram destacadas na tira foram:

Chat's : Salas de encontros de conversa digital.
Net : Diminutivo de Internet , meio na qual é usada para conectar, estar na linha com outros que também estão usando.
Interface: Encontro, contato.
cybercafé: Lugar que se encontra computadores que podem acessar a internet e que possuem uma pequena ou grande rede de alimentação.
conectados: Ato de está ligado a alguma coisa ou, neste caso, a internet.
downloads: Ato de baixar, ou de requisitar para si algo que está disponível na internet.
hardware: parte física do computador, aquilo que pode ser tocado.
transferência de arquivos: Transferir dados, documentos ou alguma coisa que está no Software, parte lógica  do computador, programas, aquilo que está dentro do computador, para programas que estão no Software ou para outro dispositivo de hardware, como um pendrive.
Firewall: Programa de computador para proteção, seres indesejados que podem modificar ou alterar a configuração na máquina, no computador.
Esc: Tecla do teclado que é usada em boa parte dos Software para sair dos programas.
Upload: Contrário de Download, Ato de disponibilizar arquivos na internet.

Temos que analisar alguns aspectos antes de colocar qualquer interpretação das palavras, ou seja, temos que entender a situação:
    a) Quem está participando da conversa: Pai, mãe e filho
    b) Qual tipo da conversa:  A típica curiosidade da criança sobre a origem do nascimento dela.
    c) Via usada: Conversa oral.
    d) Situação: Jantar em família.
Essa tira pode gerar humor, porém, se desconheceres os termos usados, não haverá compreensão. Se não houver compreensão, não houve sentido e tão menos entendimento.
No caso, vamos analisar cada frase:

I) (...) ... eu e a tua mãe conhecemo-nos num desses  Chat's da net.
A reescrita dela seria: Eu e a tua mãe nos conhecemos numa dessas salas, esquinas da vida.
II) O papai  marcou uma interface com a mãe num cybercafé e acabamos conectados no banheiro desse mesmo café.
O papai marcou um encontro com a mãe num hotel e acabamos nos ligando no banheiro desse desse mesmo hotel
III) ... A seguir,a mãe fez uns downloads utilizando o hardware do pai e...
... a seguir, a mãe requisitou para sim alguns coisas usando uma parte física do pai e...
IV) ... quando estava pronto para a transferência de arquivos,
... quando estava pronto para a transferência 
V) descobrimos que não tínhamos firewall instalado
descobrimos que não tínhamos proteção
VI) Como era tarde demais para fazer Esc
como era tarde demais para desistir
VII) o papai acabou por fazer o upload com a mãe de qualquer modo.
o papai acabou por disponibilizar para a mãe de qualquer modo.
VIII) E nove meses depois... o vírus apareceu!
E nove meses depois... o ser inesperado nasceu. 




Ao mar

A máxima Aliança
Samanta Abramowicz

A mais pura aliança, que pude encontrar,
Não sei de longe, quando ocupar...

Caminhamos juntos,
Na beira do mar,
Na vida caminha,
Além do amar...

De muito longe eu venho,
Num mar a trafalgar,
Na mais pura aliança,
Que pude achar...

De muito longe eu tenho,
Andado a há encontrar,
Na vida,
No sonho
A despertar...

A vida que outrora,
Deixou a desejar,
Mas tudo no entanto,
Mudou pra trafalgar...

De muito longe eu tenho,
Do além do mar,
Do além do mas...

Anjos - A partida

E desceu do céu um anjo. Ele pousou no chão, debaixo de um pé de manga espada. E o sol brilhava. Ele estava só. "O que eu vou fazer agora?", ele se perguntou. Ele não  lembrava o que era para fazer. Olhou ao redor. Esta no jardim de uma casa. Muro amarelo, com duas grades e uma janela entre elas. Estava no fim de tarde de domingo. Ele sabia que tinha que fazer uma missão, mas não lembrava mesmo o que tinha que fazer. Entrou na casa. Estava silenciosa. A varanda era pequena, tinha duas cadeiras de balanço, uma de ferro e outra de madeira. Entrou na sala, percebeu que tinha duas saídas, uma dava num quarto e a outra na cozinha. Estava tudo quieto. A luz do dia entrava por todas as direções. O anjo continuou a olhar. Seguiu pela cozinha, que tinha mais quatro portas, um para um banheiro, outras duas para dois quartos e outra para a área externa. Escutou o som do coração de alguém. Estava tranquilo, doente, mas calmo. Não sabia ao certo o que iria fazer, mas era com aquele coração. Estava no quarto e dormindo. Antes de entrar lá, ele escutou outro coração. Era mais novo, mais agitado, mais angustiado, mais alegre, mas não tão feliz quando aquele que estava dormindo. O anjo se perguntou  e decidiu que tinha que fazer algo por  esse coração também.
Voou em direção ao coração intranquilo. Ele estava na cadeira em frente ao um computador. Digitava algo super rápido e não notou a sua aproximação. Tinha uma aparência bonita, jovem. Estava entretida. O anjo tocou com a mão no coração dela. Notou que havia um vazio imenso ali. Ele não sabia o que era, mas despejou paz e quietude nela. Aos poucos ela parou de digitar e olhou ao redor. Ela havia notada a diferença. O anjo sorriu e começou a sair. Ela olhou pela direção que ele se encontrava e ele teve a impressão que ela podia vê-lo.
Voltou para o quarto do coração quieto, e disse "levante-se, já está na hora". A senhora que dormia, sorriu. "Tem que ser agora? Estou tão cansada. Mas não sei se posso ir agora. Não iria me levantar bem se soubesse que eu não consegui mudar as coisas aqui.", falou triste. "Tudo ficará no seu devido lugar, minha cara jovem. Não deixarei que nada aconteça de ruim. Confie em mim.", acalmando a nobre senhora, pegou sua mão e subiu com ela.
Alguns dias depois...
'Ela se foi, ela descansou.', pensei. Fazia tanto tempo que ela se preocupava com tantas bobagens. Não era justo que ela sofresse por coisas que não estavam ligada a ela. Ela era uma ótima mãe, uma ótima vó. Ela deixará saudades. Mas fico feliz de ela ter ido. Sentirei muita falta dela. Ela é o anjo que Deus colocou em minha vida.


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Meu primeiro conto falando acerca de morte. Mas  tenha cuidado com as coisas que você anda dizendo. Não magoei a pessoa que cuida de você. Elas sempre tem o cuidado com você. São nossas mães, avós, amigos... Enfim, pessoas que nasceram para te amar.
Isso aqui é apenas um conto.
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sábado, 23 de março de 2013

Novo amores: Josh Groban

E encantei com os olhos dele. 'Pára Manta', pensei. E a música encantava a minha mente. 'go on', 'Não fuja'. A música estava vivendo em minha mente. Era bela de mais. Eu continuava a olhar o vídeo. Não poderia ser, era amor a primeira vista. Quem nunca se apaixonou por um cantor? Cara! Ele é simplesmente brilhante. Seria o charme da voz dele? Seria os cachos castanhos? Seria os olhos acastanhados? É apenas um norte americano. Céus!
Viajo nele!
Eu gosto de Il Divo, há tempos eles estão em minha vida. Será que minha relação, 'que relação', com Josh Groban vai abalar o que sinto pelos Divos? Não. São amores diferentes. Põe diferença nisso. 
O canto que encanta.

sexta-feira, 22 de março de 2013

13 de Maio*

Quantas vezes eu passo por aqui?
Quantas vezes eu reparo neste lugar?
Quantas vezes temos pressa para chegar em casa, no trabalho, na faculdade e não reparamos por onde passamos?
Nos obrigamos a esperar quando estamos em filas de bancos, de dentista, de cinema. Então porque não esperar um pouco e ver de fato por onde passamos? Elemento tão natural, elementos que são capazes de nos tirar os estresses diários, de revitalizar nossa ideia de viver.
Quanto tempo eu não paro e simplesmente observo? Há tantos animais, tantos brinquedos, algumas fontes... Parece tão apaziguador.
Olhando o céu me prendo as estrelas.
Recife é tão bonito. Parece estranho, mas fiquei esperando que fosse diferente.
Eu não tinha decidido ficar observando nada. Eu tinha ido para encontrar um alguém. Este alguém demorou e eu fiquei sentada no banco vendo. Farei isso outras vezes.

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Nota: *Parque 13 de Maio: parque que se encontra na cidade de Recife. Local amplo, com brinquedos, cheio de árvores eu passo por aqui?

Pensamento

Ontem, tarde, frio.
Saída, árvore, paz, sorriso.
Noite, sonho, ruim.
Madrugada, acordar, medo.
Agora, estranha, sol.
Frio, ar condicionado, computador.
Pensamento, longe, você.
Eu, aqui, agora.
Pensamento, longe, há meses.
Mentira? Não.
Verdade? Não.
Pensamentos, fantasia, estranha.
Cólica, remédio, incômodo.
Desejo, conseguindo, inglória.
Glória, felicidade, pensamento.
Ar condicionado, janela, nuvens.
Olhos, hora, agora, há meses.
Verdade?
Mentira?
Ideia?
Solução.
Ontem, foi.
Agora, é.
Amanhã, não mais.
Sei lá.
Pensamento.
Jasmim, cheiro, água, vida, paz, qualquer coisa.
Saídas,
Dinheiro,
Paixão,
Livro,
Trança,
olhos castanhos,
fantasia,
pensamento.

Estranha.
Sei lá.
Não.
Normal.
Apenas pensamentos.
cada dia menor.

Hora,
Orar,
ora-ora!
Cólica!
Pensamento

quarta-feira, 20 de março de 2013

O porquinho

Olá! Eu sou uma das três porquinhas da história dos três porquinhos.
Ninguém nunca me perguntou sobre como eu decidi montar as casinhas. Eu pensei muito. Tive que escolher entre várias opções. Uma delas foi escolher construir uma casa de caramelos, ai me lembrei de que já haviam tido essa ideia. A bruxa da história de João e Maria já havia feito isso. Fiquei chateada. Pensei em fazer algo com espelhos, mas percebi que eu iria perder muito tempo tentando encontrar a porta de entrada. Descartei logo essa ideia.  Ai vi um pedreiro. Ele me deu a ideia de usar o tijolo e os outros materias que vocês puderam encontrar na historia dos três porquinhos. Bem, é isso.

terça-feira, 19 de março de 2013

Fragmentos: Tudo dará certo

Tudo dará certo se você estiver predisposto para fazer.

Fazendo as pazes com Deus

Uma paz veio descendo em mim a medida em que eu compreendia que Ele me guiava. Um silêncio tomou conta da minha mente e meu coração bateu com mais tranquilidade. Olhei para o céu e vi o que a muito tempo eu não via: Vida.
Por muito tempo fiquei grudada a pensamentos vãs.  Um sorriso sincero brotou dos meus olhos. Era muito bom sentir essa paz novamente. Só Deus compreendia o que de fato passava em minha mente e em meu coração.
Se se sentes com um aperto no peito, se sentires como se um vazio vivesse em seu coração, se perderes o rumo, se não souberes o que fazer, pare. Olhe o silêncio e sinta as coisas que estão ao seu redor. Deus fala através das coisas, através do vento que acalma, da paciência que as nuvens caminham no céu, na tranquilidade que um banho de mar pode trazer... De tantas mil maneiras, que, talvez, eu não pudesse abranges todas aqui. Olhe a sua volta. Olha a si mesmo. Não fique olhando seus problemas. Eles não são o centro do universo. 
Jogue um pouco de adrenalina em sua vida. Ore sim, ore muito, mas orar não é suficiente. Deus te dá meios para você se sentir bem, Ele não pode as coisas só, Ele diz que 'vigiai e orai' (Marcos 13:33), você tem que fazer algo. Sabe uma coisa que é boa? Andar de bicicleta. É tão bom sentir o andar nela. Outra maneira, é se encontrar com amigos. Enfim, tantas mil maneiras...
É bom sentir que Ele olha por nós.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Promessas (capitulo 4): Lembranças.

Estranho, eu diria. Confuso, talvez. Silêncio? Não sei. Gritas? De maneira alguma. A minha imaginação me trai. Não quer ser regida pela minha razão. Ela burla do meu sono mais profundo até meu momento mais desperto do meu dia. Conheces isso? Talvez.  Se te tenho ainda no pulsar dos meus pensamentos, juro, é involuntário. Mas te peço uma coisa, não sorria quando eu estiver por perto, não toque nem um centímetro do meu ser... Sua voz, um dia, disse baixinho, coisas bobas, coisas maravilhosas para mim. Sua voz, mesmo nada dizendo isso, acalenta meu coração como o vento delicadamente acarinha meus cabelos...

Ele continuava olhando pra mim daquele jeito, como se eu tivesse feito coisas absurdas com ele. Eu já sentia que isso iria acontecer, eu já sabia disso. Ele só estava parado, olhando. Ele não iria fazer nada. Nada. E eu já sabia disso. Um profundo sentimento de perda brotou em mim. Minha mente estava, outra vez, me forçando a fazer algo que eu não queria fazer. Eu não queria fazer. É tão dificil assim? É sim. O tamanho da dificuldade está no nosso olhar, está como nós a colocamos. Eu só queria ser tão prática quanto a minha mente é. Simplesmente assim. 

...


Essas palavras estavam escritas no diário dela. Não sei o que de fato havia se passado com ela naquele dia. O que sei é que havia alguns borrões... Algumas palavras eu não consegui ler, tão menos compreender. Parecia que ela... Parecia que ela tinha chorado... Minha mãe... Ela chorava demais... Ou meu pai a provocara demais... Não sei, caro amigo ouvinte, eu estou conhecendo essa história tão bem quanto você. Nos trechos seguintes, foi com um pouco de ardor que meu pai me contou.



- Foi por isso que eu temia... – Ela dissera. Eu abrir a boca para me defender, ela ignorou essa tentativa e continuou a falar. – Eu vim atrás de você. Você só me oferece palavras. – falou isso bem lentamente, como se ela tivesse medo que eu não entendesse. – Nenhuma reação, nada. E quando você faz algo, me passas com frieza e me dando desculpas, como aquele dia que havíamos marcado o cine e simplesmente foste a outro lugar no trabalho e nem se deu o trabalho de comunicar.

- Eu já falei a você que tinha esquecido – contra argumentei – você deveria ter ligado – finalizei.

- Você poderia tê-lo feito. Poderia ter ligado... Sabe de uma coisa, esquece. Que bobagem eu falei agora, não? Como posso dizer para esquecer se você não é capaz de  lembrar-se de mim? – Ela não imaginava o quanto eu havia lamentado por causa daquele esquecimento. – De todas as coisas que passavam em meu pensar, nada, em absoluto, vem em mente em esquecê-lo. Antes eu sabia que a falta de comunicação havia feito a gente se afastar. Agora a falta de seu interesse não contribui. Eu tenho que ir... Tenho coisas a fazer... Coisas que se lembram de mim... E o curso. Tchau. – ela se levantou. Eu estava vendo dor naqueles belos olhos castanhos. Ela iria chorar. E, pelo o que eu percebi, ela não queria fazer isso na minha frente. Ela colocou a bolsa nas costas e já estava próxima a porta.

– Ei – Eu disse. Ela parou com a mão na maçaneta e ficou esperando. Ela não iria olhar pra mim. Eu tinha que fazer alguma coisa. Ela iria embora. E não sei se ela iria voltar. – Você estuda lá no P.L? – eu tinha que ganhar um tempo.

– você sabe que sim. – Ela disse ainda sem me olhar.

– Posso te encontrar mais tarde? – Arrisquei. O não eu já tinha. Eu tentava agora uma afirmação. Era somente isso que eu desejava. Uma certeza de que eu iria vê-la.

– Eu estou indo ao curso. Só largo mais tarde. – Ela ainda não olhava para mim. Como se temesse... Como se temesse alguma coisa...

– Eu a espero – eu prometi.

– Não sei. Eu ligo para você... – Ela começou.

– Não precisa ligar – Eu a interrompi. Ela se virou e olhou para mim. Olhou diretamente nos meus olhos, sem piscar. A feição dela estava duvidosa. Eu não sei o que poderia interpretar. Eu não sabia...

– Você não vai mais? – Percebi a imprecisão na voz dela. Como se ela se desse conta que eu não iria mais encontrá-la. Eu poderia dizer que... Por qual motivo eu estava insistindo agora? Eu só tinha uma leve e breve afeição por ela. Ela era bonita, alegre. Cheia de uma confiança imensurável. Não sei se conseguiria desviar meu olhar daquele simples e acolhedor olhar que ela me oferecia.

– Estarei te esperando lá.

domingo, 17 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

Tanto faz

( Ela)
Você fala que não há precisão,
que sonhar não é necessário,
Que penso e faço demais por ti.

Você diz que vivo no mundo da fantasia,
Que sonho mais que vivo,
Mas minha vida está aliada a você.

Tem que ser assim?
Você sabe muito bem que meu coração te pertence
Tanto faz
Como não amar você?

(Ele)
Conheço seu coração,
E sei que estou vivendo um lindo sonho
Conheço muito bem como a vida pode ser dura,
Mas a vida fica tão tranquila quando estás por perto...
Meu coração é seu.

Tem que ser assim?
Qual o sentido de viver sem você?
Nossos corações estão aliados ternamente.
Te adoro, te amo.

(ela)
Não precisa falar assim,
pra ser verdadeiro basta sempre ser sincero,
amar não é brincar,
não quero me machucar outra vez.


(ele)
Não serei eu a sugar a sua felicidade,
não te prometo uma vida tranquila,
mas posso oferecer meu abraço quando pensares que não vai aguentar,
Só quero a chance de poder sempre te amar.

não posso te dar o mar,
mas posso te oferecer a tenacidade do meu coração.
Garota! Mulher! És tu.
Não consegues ler isso em meus olhos?

(ela)
Tanto faz.
Abres a boca e dizes isso,
Apenas te quero

quinta-feira, 14 de março de 2013

Encontros

Não sei o motivo real que ele fez esse convite, mas minha curiosidade transpunha qualquer outra coisa em mim, eu tinha que ir. Quem mandou ser assim? Eu podia controlar muito bem minha curiosidade, não poderia? Talvez eu realmente quisesse algumas respostas. Mas minha imprecisão, quanto ao que eu ia sentir nesse encontro, me fez hesitar o aceitamento. Fazia tanto tempo isso... Enfim, fui.
Foi difícil. O meu dia foi corrido de mais, tantas coisas a fazer... O céu estava repleto de estrelas. Pensei "Deus olhou para mim e disse que eu brilhava. Mas no meio de tantas estrelas no céu, eu seria mais uma. Então disse que eu iria para terra e iria iluminar, tanto a mim quanto as pessoas que estivessem ao meu redor". Cheguei morta de cansada em casa. Só queria banho e cama. Comi, assisti a novela e fui pra cama. 
Tentei dormir, juro! Quando estava me permitindo começar a entrar no mundo dos sonhos, lembranças vieram a tona em minha mente. De lembrança e lembrança quase não consegui pregar os olhos. Enfim, amanheceu. O sol brilhava muito. Tomei aquele banho revigorante. O dia seria cheio de surpresas, agora eu só precisava saber o ele queria comigo.

As horas se passaram e a hora do encontro não chegava. Teria eu algum motivo para ficar apeensiva? Claro que não! Eu tenho que me concentrar nos meus afazeres. Ninguém iria fazer isso por mim. Cada um tinha uma coisa a fazer e não seria eu a atrapalhar as coisas que os outros estavam fazendo.  Sentada na cadeira, em frente ao meu pc de trabalho. Observei a janela. O Céu estava azul clarinho, com poucas nuvens brancas. Lindo dia para ficar presa em um departamento público. Enfim, fazendo meus afazeres. Ao olhar o relógio, percebi que passei da hora de largar. Eu iria me atrasar ao bendito encontro.  Me organizei e sai. Passei por algumas lojas e olhei, distraidamente, os objetos que se encontravam lá para serem vendidos. Havia algumas coisas curiosas, como um relógio no formato de banana de dinamites, placas com dizeres "cuidado, há um coração pegando fogo", eu rir com essa. Quem iria por uma dessas no portal de um quarto? Tinha um pigente que dizia "cuidado, namorado ciumento". Ai, sério isso? Mentira? Eu não colocaria esse aviso em mim, mas acharia engraçado um homem dá isso a sua namorada. Fui olhar a hora, foi ai que eu percebi que meu celular havia descarregado. Estava sem relógio, então me encaminhei ao local que fora marcado.

Havia tantas pessoas lá que a princípio eu não o vi. As zuadas eram claras. Pessoas chegando e pessoa saindo. Havia movimento para todas as direções. Claro, estava na praça de alimentação. O cheiro estava bom. Eu poderia comer algo, não poderia? Provavelmente ele iria demorar ozentas horas. Então... Procurei um sanduíche e comprei. Sentei e comecei a comer.  Já havia passado trinta minutos e nada dele chegar. Terminei de comer, me levantei e fui em direção ao banheiro.

- Laura? - a voz era estranhamente familiar. Algo corroeu no meu estômago. - Laura? - mais uma vez ele falou. Virei e quase parei de respirar. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de tantas coisas que aconteceram, mesmo depois... Ele ainda mexia profundamente comigo.
- Oi - eu disse.
- tudo bem? - ele perguntou. Não consegui ler a expressão dele. Estaria natural? Nervoso? Frio? Cabeça minha. Estaria eu perdendo tempo pensando essas coisas?
- Sim - eu finalmente disse. O silêncio se formou entre a gente. O que deveria ser dito? Mesmo me sentindo profundamente mexida por ele, senti mais que um ar de atração, senti um ar de estranheza. Se tivesse na frente de um estranho sentiria o mesmo. Pensei em sair. Haveria algum motivo forte pra ficar? Sim, havia. Eu queria estar ali. Eu queria respostas, mas independente do que fosse dito, nada apagaria o que tinha sentido.
- Vai falar alguma coisa? - Eu disse. - Se não for, melhor eu ir andando. Afinal, não cheguei aqui para ficar escutando o silêncio. - Nenhuma alteração dele. O que há? Céus! Isso já estava virando um projeto de tortura. ''Tonta'', pensei. Olhei para ele mais uma vez. - Há algo errado? Por que não falas nada? - e ele continuou na mesma. Mas que droga! Ele não poderia fazer isso. Não poderia. - Olhe, vou nessa.
- Não. -  Ele disse. - Vamos conversar um pouco?- Isso significava uma coisa: ele não iria entrar no assunto primeiramente. - Bora sentar?- e apontou para um lugar no meio da praça de alimentação.
- ok, vamos. Mas não ali. - Me virei e sentei numa das cadeiras próximas a uma das laterais. No meio atraia muita atenção. Não queria que as pessoas ficassem olhando para mim. Eu não gostava disso, Além de não  querer que alguém me visse ali, principalmente com ele. Não que isso fosse errado, mas não queria comentários do tipo 'vocês voltaram?'. Já era dolorido pensar que não estávamos juntos, não queria ter que negar. Enfim, sentei. Ele me seguiu e sentou em frente a mim.
- E ai, alguma novidade? -
- Um monte, eu diria -
- Um monte? Pode começar? Temos muito tempo para conversar.
- Muito tempo? Eu não diria isso. Eu tenho muitas pra fazer quando sair daqui.
- Mentira sua.
- Mentira? Como podes dizer isso?
- Se você tivesse algo para hoje, já teria ido. Afinal, você está uma hora atrasada.
- Eu não estou. Cheguei aqui faz tempo. Procurei e não te encontrei. Aqui você não se encontrava.
- Não viu.
- Vi sim.
- Não viu não.
- Garota, eu tava sentado quase na sua frente. Pensei que você estava até me ignorando.
- Ignorando? Eu não te vi.
- Viu sim. Acenei e você não correspondeu.
- Não te vi. Apenas isso.
- Sou invisível?
- Rezei por muito tempo para que isso acontecesse. Você poderia até me ver, mas não o contrário.
- Sério?
- Teria eu algum motivo para mentir?
- Não sei. Terias?
- Céus! Fale logo o que queres falar.  Para de ficar enrolando! Sério. Há algo que queira falar? Há algo que queira fazer? Seja direto!
- Parece que tens pressa. O que há? Você nunca foi assim. Você não é assim.
-Nossa! Falas como se pudesse conhecer todo o meu ser, de uma maneira tão simples, como se pudesse me ver como eu sou interiomente como se fosse um roupa. As pessoas estão em constante mudanças. O que você é hoje, pode não ser amanhã.
- Grossa nada você, não?
- Estou começando a ficar impaciente. - Olhei para os lados e comecei a reparar nas pessoas que estavam ao nosso redor. Algumas comiam, outras riam, algumas conversavam bem alto. Outras estavam adorando seus parceiros. Eram amigos, eram familias, namorados, ficantes e até desconhecidos largados em todos os cantos. Alguns se encontravam em grupos, outros estavam só. Senti uma mão fria tocar no meu braço, esse toque me deu um susto e quase saltei da cadeira. Foi quando me lembrei que estava com ele ali. Demorou mais um pouco para a ficha cair, ele realmente estava lá. Uma irritação começou a brotar do meu ser. Por que eu estava ali? Por quê? Eu estava doida? Quantas noites eu passei chorando? Quantas horas do meu dia eu passava pensando nele? Céus! Eu não estou bem. Me levantei e virei as costas para ele. Eu não poderia passar mais um segundo ao lado dele.
- Pra onde você vai? -  parei e não me virei para olhá-lo. - Espera um segundo sim? Mas antes, olhe para mim.
O silêncio se formou mais uma vez. Isso estava me tirando do sério. Me virei e fitei os olhos castanhos-escuros dele.
- Só preciso te perguntar uma coisa. Podes me responder sinceramente? - ele perguntou.
- não tenho motivo algum para mentir ou ocultar uma resposta. Pergunte.
- Você ainda gosta de mim?
Um sorriso breve se formou nos meus lábios. Teria ele feito essa pergunta mesmo? Teria sido algum pensamento que tenha virado algo quase real? Não... Ele  não fez.
- Laura? Você me ouviu? Posso repetir a pergunta novamente. Você ainda gosta de mim?
- Eu não usaria a palavra gostar, meu caro.
- Usarias qual, então?
Eu pensei que isso nunca iria acontecer, pensei que essa cena só iria perpetuar a minha imaginação até o meu último suspiro. Olhei o rosto dele, havia tantas mudanças ali.
- Se a verdade queres ouvir, a verdade terás. A palavra que eu usaria... Ou melhor, a palavra que uso abrange muito mais do que gostar. Gostar é usado para coisas comuns. Eu gosto de Fanta, de bolo de laranja, de suco de limão, suco de acerola. Gosto de dançar, gosto de desenhar, gosto de de ficar só as vezes, gosto de ter muitos amigos.
-Você me ama?
- Se eu te amo, meu belo ser? A resposta seria  a mesma se tivesses me perguntado se há estrelas no céu noturno, se a água do mar é salgada, se o arco-íris é colorido. Eu te amo, mas junto a ti uma noite eu não desejo passar. Não confio mais em você. Não gosto de sentir a ansiedade que eu vivia sentindo. Você seguiu em frente, e deixou bem claro que não queria mais a minha presença em sua vida. Levou muito tempo para eu conseguir diminuir o vazio que se formou no meu peito. Você não sabe o que é isso.- e com uma última olhada, sai. Fiquei me sentindo estranha. Não sabia se era isso que eu deveria fazer. Não quero lágrimas. Era incrível. Ele conseguia me deixar tão bem. Sei lá. Gostaria que isso fosse diferente.
- Para!- Ele gritou quando eu tinha chegado na escada rolante. Me virei assustada. Percebi que as pessoas ao meu redor estava olhando para ele. Ele não podia fazer isso. Eu não gostava quando as pessoas ficavam olhando para mim. Ele começou a andar em minha direção. Balancei a cabeça, com a finalidade de negar, ele olhava para mim, mas se ele se aproximasse mais, eu sabia que as outras iriam olhar para mim. Ele não tinha o direito disso.
- Pode parando ai
- Pra que você está gritando?
- Eu não sabia o que fazer. Por favor, não vá embora.
- Por que não? Você foi embora primeiro, lembra?
- Mas não vá.
- Juro a você, eu não te entendo. Sentes algum prazer em trazer a magóa para mim? Sério. Se não fosse o... Você é o único que consegues me acalmar com apenas o olhar, meus pensamentos se aquietam quando estou do seu lado, não sinto nenhuma confusão... Mas aprendi a ser apreensiva, a não saber o que você vai fazer. Sinto que faço as coisas para tentar entrar na sua vida e você... Você sempre vem com alguma coisa para negar essa minha entrada... Olho para você e não sei o que pensar. Sempre com alguma desculpas tens na boca.
- Me perdoa?!
Olhei para ele.
-Te perdoar? Do que pedes perdão?
- De tudo.
- De tudo?
- É. De tudo.
- Quando você fala ''tudo", estás se referindo de que exatamente? De o você ter entrado em minha vida? Ou de ter saído dela bruscamente? Das palavras que você disse? Todas elas? Incluindo coisas boas e ruins? Dos carinhos que ofereceste para mim? Das mensagens? Das fotos? Das brincadeiras? Da diversão? Do que exatamente? - mil coisas se passavam em minha mente. Eu estava começando a ficar nervosa. Não conseguia ver mais um centimetro na minha frente. Eu tinha que sair dali. EU TINHA QUE SAIR. Eu não daria dez minutos para começar a chorar, já estava no meu limite, quase não conseguia me segurar. Céus! Que coisa! Se isso fosse um teste, eu teria me dado bem. Se ele fosse um professor, ele seria o único que eu teria reprovado. Se ele fosse professor? Essa ideia me fez sorrir. Imagina só, 'professor Henrique'. Nome bonito demais para um professor. Isso seria algo estranho. Nunca tive nenhuma fantasia com um professor meu. Bem, ele seria o primeiro. Outro sorriso se alargou nos meus olhos. Imaginei uma cena que seria proibida para crianças. No birô, ele usando o 'seu piloto' para 'marcar as devidas marcações'. Isso me fez cair numa pequena gargalhada.
- Laura? Você me escutou?
- Oi? Sim. Ou melhor, não.
- As vezes só queria que você compartilhasse seus pensamentos comigo.
- As vezes só queria que você compartilhasse sua vida com a minha.
- Como assim?
- Nada, falei de mais.
- Fale.
- Há alguma diferença?
- Claro! Claro que há.
- Sinto uma angústia em mim quando espero por você. E você já me deu motivos para eu entender que isso não é possível. Desculpe por insistir tanto.
- Não se desculpe por isso.

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Nota : CONTINUA MAIS TARDE. :-)
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quarta-feira, 13 de março de 2013

Amigos

Mensagens...
Há um amigo meu que sempre manda mensagens para mim. As vezes penso que ele advinha quando estou precisando. As mais belas palavras, de apoio, de coragem, de alegria, de felicidade, estão presentes nas sms que ele compõe para mim. Não tenho ideia se essas palavras são destinadas apenas para mim, mas elas são de uma grandiosidade de gratificancia enorme.
Outro, sempre conversa um monte de bobagens. Chega a ser terrivelmente divertido parar e ficar conversando com ele. Sério. Às vezes acho que ele faz parte do meu pulmão esquerdo, só assim para aguentar as risadas que dou com ele. Ele faz parte da minha vida. Vida? Conceito diferente tem para cada ser vivente. O que seria a vida, meus caros amigos leitores? Sair de casa todos os dias, seja a pé, ônibus, carro, bicicleta, enfim, qualquer meio de locomoção, para ir a escola, ao trabalho, a igreja? Ter hora para fazer absolutamente tudo ou não ter hora para fazer absolutamente nada? Trabalhar boa parte do dia para ganhar um salário para ser gasto em um mísero tempo que te sobra? Isso quando sobra tempo. Tempo? Enfim, acho que estou desviando um pouco do que eu pretendia falar. Ou não desviei? Provavelmente não. 
Algumas pessoas destinam sua vida a coisas singular, coisas simples, coisas que todo mundo faz, coisas que pertence apenas a sua vida. A vida pode ser definida de tantas mil maneiras, que pode ser até enfadonho querer falar de cada uma delas, pois corremos o risco de cair na 'mesmice'. 
Amigos trazem uma vista de vida que pode ser agradável e insustentável. Agradável e insustentável? Sim. Por que não, certo? 
Amigos trazem a vontade de conversar, de fazer besteiras, trás um cunho sério, trás sonhos, trás reclamações, trás amor, trás o norte. Amigos são capazes de plantar a adrenalina em nosso ser. 
São capazes de brotar o sorriso no nosso rosto sem a gente pedir.
Amigos, uma palavra latina amicus, que pode ter se derivado da palavra  amore, trás em si o significado de amor. O que amor faz? Cuida, zela.
As vezes nos encontrando sobrevivendo a esse mundo. As amizades são capazes de distribuir e reacender o fogo da vida em nossos corações. Nos motivando a seguir em frente e não nos permitindo, de maneiras diversas, que interrompamos a nossa caminhada antes da chegada final.
Não importa se somos baixinhos, se somos bonitos, se temos a perfeição na linearidade nos nossos dentes, se moramos perto, se temos faculdade, se aceitamos tudo o que é dito. Não importa o que fazemos, eles, os nossos verdadeiros amigos, sempre estarão com a gente. Por mais teimoso  que você seja, sempre terás um amigo do seu lado.

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Nota: Escrevi isso pensando em alguns amigos, como Inna, Myla, Gui, e mais um monte.
Amigos de verdade, Amizade colorida, amizades de oi, amizades de mensagens por celular (tenho um assim), amizades de trabalho, amizade do mesmo bairro, amizades que estudaram juntos, amizades de igreja, amizade.
Agradeço a todos os meus amigos.
Todos eles.
Que de uma forma ou de outra, trás o sol para a minha vida, principalmente quando eu não sou capaz de enxergar.
Nada de papo ruim hoje. Apenas olhe para seu amigo e sorria. Ele sorrirá logo em seguida.
MIL VEZES BOM DIA
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terça-feira, 12 de março de 2013

Fluxo da Consciência: Hoje 2

E de repete me pego pensando novamente sobre isso.
O que tenho que fazer para calar isso?
Arranjo doze mil motivos para sorrir, mas apenas um arranca ele de mim.
Que saco!
Isso não pode continuar assim, não pode.
Sério.
A esperança que eu tenho, ao escrever isso aqui, é ver se eu consigo colocar para fora isso de mim.

Dor de cabeça,
sem vontade de comer,
falta de sono,
sem coragem de levantar da cama,
imprecisa nas minhas decisões que vou tomar antes de sair de casa,
sem esperança de conseguir sentir paz em completude.
Sem ânimo para dançar,
Sem perspectiva de seguir em frente,
Às vezes falta vontade de viver.

E daí?
As coisas não vão mudar, não tenho um controle remoto para voltar, para evitar as coisas que foram ditas, ou simplesmente repensar antes do que aconteceu.
Só desejo que daqui a algum tempo, se possível o tempo ser o mais curto, não sentir mais esse desespero que transpassa em meu ser. 
Chorar resolve? Já chorei, ajudaria até contribuindo ao mar... Ainda continua pulsando isso em mim. Sei que tudo é questão de superação. Mas confesso, está difícil. Sou mais forte do que penso, apesar de está no momento frágil. Espero estar exagerando isso. Só queria que parasse.

Que coisa!
Não quero isso.
Me sinto tão estranha com isso.
Céus!
Sério!
Por que me sinto assim?
Não gosto de está assim.
Não é justo.
Me sinto...
Que droga!

Besteiras?
Sei lá.
Meu desejo de um belo sonho, virou um pesadelo.
Sinto que estou fazendo tudo errado.
Mas as coisas que eu vejo, as atitudes que eu poderia fazer, estão todas erradas.
Não acredito mais em mim.
Não dou crédito a um futuro.
Sinto...
Sei que as coisas vão mudar, mas não sei se posso fazer isso só.
Meus sonhos me atormentam todos as noites,
Meus pensamentos me traem quase todas as horas do meu dia.
Ok.
Tudo é questão de momento.
Momento.
Apenas isso.

fragmentos: Pele

Animais sofrem mudanças.
Cobras trocam de pele.
Outros tomam a cor do ambiante para a sua pele.
eu gostaria de trocar o coração.

domingo, 10 de março de 2013

fragmentos: realidade

A realidade pode ser dura, mas não mudará enquanto ficares olhando para o passado

fluxo da consciência: hoje

Estava com tanta coisa na minha mente, eu tinha que encontrar um jeito de organizar.
Um dos meus talentos é, além de escrever, dançar e (quase)desenhar, é a minha capacidade de organização. 
A tarefa é simples, é só separar as coisas que tenho que pensar... Deve ser fácil. Será fácil. 
Bora lá.
Trabalho, estudo e coração. 
Minhas aftas estão me testando, só pode. Estou com 5. Estão enormes. Isso me faz ficar terrível. 
Sério.
Sei lá.
Bora ver...
Hoje estava pensando em um monte de coisa. 
Sério, seria tão fácil a ele simplesmente se afastar de minha vida? 
Seria... Sei lá. Se assim é, gostaria de  saber fazê-lo também.
Tenho a consciência que entre nós não existe o nós. 
Aprendi isso. Sei lá. As primeiras semanas foram terríveis. Tudo bem, ainda estou me acostumando a isso.
Palavras foram jogadas, mágoa surgiu e a confusão reinou.
O que fazer?
Não fazer?
Há o que fazer?
Se há, não sei.O que sei é que acho que não há.
Por difícil que seja, ficou claro que nossas vidas não percorrem a mesma via, o mesmo caminho.
O difícil é pensar que não posso mais contar com ele.
Sabe, isso ainda é estranho.
A primeira vez não doeu tanto quanto agora.
Sei que não posso obrigar ninguém a permanecer em minha vida,
sei que não tenho poder de despertar o interesse de alguém para entrar em minha vida,
não sei o que fazer.
Sinto um vazio em mim, gostaria muito de preenchê-lo. 
Dúvidas!
Dúvidas sim.
Sério, é tão fácil assim me tirar da sua vida?
Se assim for o caso, me diga a fórmula. Seria tão gratificante para mim...
Seria mais apaziguador.
Céus!
Coração tolo!
Não, meu coração não é um tolo.
Mil vezes!
Calma!
As vezes me pego pensando nele.
Será que sou eu que aumento isso?
Ele deve estar por ai, com alguém. Eu não posso ficar assim.
NÃO POSSO.
Cada dia é um dia diferente. 
Gostaria de saber como ele faz isso... Para eu poder fazer o mesmo.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Promessas - capitulo 3


Quem foi que fez que os corredores fossem tão frios? Gelados? Alguém poderia ter me feito o favor de me avisar. Às sete da manhã eu fui, finalmente, para o quarto em que ela se encontrava. Ela dormia tranquilamente, sua respiração fazia com que os seios dela subissem vagarosamente. Um traço de sorriso se formou em meus lábios ao ver, por apenas cinco segundos, que tudo estava aparentemente como antes. Sentei ao lado dela e a toquei na mão. Foi quando notei aquelas agulhas nela... Aqueles tubos que estavam levando... Soro? Ou algo do gênero.  Uma doutora, ou algo do tipo, entrou na sala.
- O senhor é? –
- Eu sou o marido dela – falei prontamente.
- Queira me acompanhar – Notícias? Logo agora? Será que eu queria saber, realmente, a verdade? Será que seriam notícias boas? Ou ruins? Era melhor mesmo eu saber? Eu poderia... Poderia? Eu vou... Eu vou? Eu...
- Senhor? – Temia  a verdade, mas fui mesmo assim.
Notícias boas não vieram. Entrei numa gélida sala, com uma cadeira branca e fria e um velho... Um terrível homem que me deu notícias que não me agradaram. Ele disse que o risco dela sair bem do coma era... Eram pequenos... O coma dela poderia demorar semanas, meses... Até anos... Será que eu poderia? Sai pelos corredores... Não havia nada e nem ninguém naquele frio corredor eternamente solitário... Fiquei na porta do quarto dela e fiquei vendo ela ali... Ela estava ali e não mais... Por até quanto tempo... Por até quanto tempo? Tinha vontade mesmo era de gritar. De fugir... Queria ter a minha mãe ali, do meu lado. Sentia-se só no mundo. Completamente só. Saiu mais rápido possível de lá. A cabeça latejava... Estava noite... Eram apenas sete da manhã quando eu tinha ido, pela primeira vez, vê-la... Agora... Era noite... Quantas horas? Não sei ao certo... Não tinha percebido quanto tempo havia se passado... Talvez um século?  Talvez dois? Quem sabe três? A lua iluminava aquele belo céu. As estrelas faziam uma bela companhia.  As estrelas eram pingos de esperanças que hora e meia eram regadas pela lua. Era magnífico o céu à noite. Eu precisava de uma estrela daquelas para me orientar. Foi ai que lágrimas foram libertadas... Lágrimas quentes. Solidão... Desespero... Desamparo... Medo... Raiva... Inquietude... Frio... Perda... Insegurança. Será que ela havia sentido algo parecido? Tínhamos tanto tempo juntos... Às vezes eu até burlava um pouco... Às vezes eu inventava desculpa para não está do lado dela... Eu a amava, mas... Não sei... Às vezes fazia isso, confesso agora, por imaturidade... Lembrei... De algo... Há um século, para o que parecia... Ainda namorávamos...
 – Eu vou ter que viajar. Passarei alguns dias em... – Ele assim falara.
– Não precisa se justificar. Eu já entendi que a sua viagem é precisa. – eu disse
– Às vezes eu esqueço o quanto você é compreensiva.
– Quando você vai?
– Amanhã.
– Já?
– Já.
– Foi por isso que você esperou até a hora da despedida para me contar?
– Por isso? – Ele não entendera.
– Você não quis que eu ficasse preocupada ou que ficasse pensando na sua viagem.
– Isso. Eu não queria que você ficasse... Eu sei que você entendeu.
– Boa viagem, querido. – Me virei para a porta de entrada do lar dele.
– Vai já?
– Tenho que ir. Do contrário, ficará tarde para eu voltar.
– Vai assim?
– Assim como? – agora fui eu que não entendi.
– Sem um beijo?
– Até dois. Queres me acompanhar até a parada?
– Sempre.
Dois dias depois...
O telefone da casa dele toca. Ele reconhece o número.
– Mãe, é ela. Atende, sim?
– Sim.
– Alô?
– Alô! Dona Glória? É a...
– Eu sei quem está falando. – Ela disse isso num tom bem gentil. – Eu reconheceria a sua voz em qualquer lugar. – se antes eu estava com vontade de falar com ela, depois disso aumentou consideravelmente. Eu tinha que encontrá-la.
– Tudo bem?
– Tudo. E com você?
– Vou... Bem. Bem, eu acho. Eu gostaria de poder ir ai, conversar um pouco com você. Posso?
– Quando?
– Eu sei que podes estar ocupada, mas se tiver, tudo bem. Mas tem como ser hoje?
– Agora à tarde?
– Isso mesmo.
Ela olhou para o filho, que se encontrava a sua frente e pensou no que responder. Ele não havia viajado e não falara nada para a namorada.
– Pode sim, minha querida.
– Em breve estarei ai.
E o telefone foi desligado pelas duas.
– Ela vem pra cá.
– Como?
– Com as pernas delas.
– Mainha! Ela não pode vir aqui!
– Saia, vá a casa de alguém.
– Não. Não sei quanto tempo ela vai passar aqui. Vou ficar no quarto e...
– Ela pode querer entrar lá.
– Pra quê ela vai querer fazer isso?
– Talvez por saudade. Em fim, se quiseres ficar, fique no quarto da sua irmã...
Duas horas se passaram e ela não havia vindo.
– Mainha, tem certeza que ela disse que viria?
– Eu já disse a você há 15 minutos que ela viria. E daqui a 15 minutos direi a mesma coisa. Não fique impaciente.
– Mainha... – e a campainha toca. – É ela. – e vai para o quarto.
– Olá dona Glória... ­– ela disse. E decorrem umas 3 horas de visita até que ela vai embora. – Obrigada por ter me permitido ter vindo hoje aqui. Eu precisava saber notícias sobre ele. Agradeço imensamente. – Ela olhou para mim de uma maneira tão estranha. Eu tive vontade de perguntar a ela por qual motivo ela estava fazendo. Mas contive a minha curiosidade e me despedi dela e fui pra minha casa...
Ao fechar a porta, Dona Glória foi até onde o seu filho estava e olhou para ele. – o que você me diz agora? O que você vai fazer? – ela não esperou pela resposta do filho e foi para a cozinha providenciar o jantar. Eu estava cansado. Eu queria um tempo. Mas eu não queria correr o risco de alguém se aproximar dela. Será que ela estava mesmo sentindo a minha falta? Ou estava desconfiada? Ela poderia ter ligado para mim... Mas não o fizera. Por que será? Eu... O meu celular estava descarregado? Não. Ela não ligava porque ela não queria atrapalhar o meu trabalho. Por mais vontade que ela possuísse, ela não o faria, Eu já havia percebido isso.
... Ajoelhei-me... Olhei para o céu, pedi... Implorei a Deus que ela saísse bem... Ela não poderia deixar esse mundo. Ela era muito nova... Ela não podia deixar-me... Ela havia tido duas crianças... Onde estavam as crianças?

quarta-feira, 6 de março de 2013

Sabe lá

E o que tenho no meu coração?
Tenho a voz do meu incrível amor,
Forte  e livre, sem nenhum pudor,
Sentimento e melodia da canção da minha vida.

Sobe lá, Sobe lá,
E verás que estou a amar,
Sabe lá, sabe lá,
Como posso explicar?

É um sempre aprender,
é um sentir sem mesmo ter,
É ceder mais do que querer.

É um querer sem ter medo
É viver num sonhar ,
É emoção além do entender,
É razão de viver,
É poesia.

Sabe lá, sabe lá,
Onde mora a paixão?
Onde brota a ilusão?
De onde vem a compaixão?
Sabe lá, sabe lá,
Sabe lá meu coração!

Esse amor me dá paz,
Que me guia pra onde ir,
Que altera a minha respiração,
Que apazigua meu coração,
Me acalma na aflição,
Que aquece a minha pulsação.

Sabe lá, sabe lá,
Como não ser feliz?
Sabe lá, sabe lá,
Ter aquilo que sempre quiz.
Sonhar e te encontrar,
num perfeito...


terça-feira, 5 de março de 2013

Confiança e Traição

Meu celular vibrou. Mensagem.
Eu estava no carro e o trânsito estava livre. Tinha um pouco de pressa, verdade. Seja lá quem for, poderia esperar alguns minutos. Outra vez meu celular vibrou. Teria alguém pressa em falar comigo? Provavelmente seria uma daquelas insistentes mensagens de operadora, promoções que prometiam tudo. Só faltava saber se eles iriam oferecer tíquetes de gasolina. Eu ia chegar mais cedo. Eu tinha que fazer isso. Maldita curiosidade. Que coisa! Aquelas mensagens no celular de minha amada não poderia significar grandes coisas. Céus! Tentei de tudo, li todos os processos que estavam tramitando pelo meu setor. Trabalhei o que doze homens, do meu setor, trabalhavam em dois meses. Eu estava começando a ficar perturbado. Falei a mim mesmo o dia todo "...Roberto, não é nada.", "...Roberto, isso deve ser alguma brincadeira da Letícia, a irmã gêmea de minha futura noiva.". Não poderia ser.
Céus!
Que inferno!
Eu não acreditava. 
EU NÃO ACREDITAVA!
Calma!
Só calma!
Não seria absolutamente nada.
Não poderia.
Ela iria ter mesmo coragem de fazer isso comigo?
Caramba! Estávamos juntos a quase quatro anos!
Não era justo!
NÃO ERA JUSTO!
Calma!
Roberto Campos Junior! 
Sua futura esposa era encantadora. Linda. Qualquer um iria querer...
Mas não tinha o direito!
O corpo dela era campo livre para as minhas carícias, mas não de outro homem!
Não é posse... Ela não era objeto...
Céus! Ok... Entendi... Eu não entendi coisa nenhuma!
Eram apenas mensagens.
Parei o carro. Eram dela.

"vou me atrasar hoje querido. Te encontro mais tarde! Te amo".

Um sorriso surgiu em meus lábios. Era verdade, ela me amava. Seria ingenuidade minha pensar isso? Só Deus sabia o que acometia, o que os meus sentidos provocavam, em mim. Ela era a mulher da minha vida. O anel de casamento, que comprei para ela, estava pendendo em meu bolso há semanas.

"Compra aqueles bolinhos da padaria Bela? Sei lá, vontade!"

  Ela sempre gostava daqueles bolinhos... Seria uma vontade grande? A padaria era do outro lado da cidade. Valeria à pena. Levaria algumas rosas também. Isso seria suficiente para... Ui! Seria... E era isso mesmo que eu vou fazer... Desviei o meu caminho e peguei a estrada que levava a padaria...
Seria vontade mesmo? Ou seria... Seria desejo? Não poderia ser... Nós não... Não ainda... Seria do outro? Céus! Mil vezes droga. Parei o carro. E agora? 
Isso não poderia acontecer.
Teria ela mesma o desejo disso? Ou seria uma desculpa para que ele demorasse mais tempo para chegar à casa dela? Outra mensagem chega.

"Estou indo ao centro. Vou ver algo naquela loja que fomos da última vez. Bjs. Te amo!"

 Parei o carro. E agora? Respirei ozentas vezes para tentar me acalmar. Acalmar? Acalmar coisa nenhuma! Eu queria gritar. Eu sabia que ela tava estranha ultimamente, mas me trair? Isso seria... Fui ao endereço que ela estava. Que se exploda os bolinhos. Acelerei o máximo que era permitido. Caramba!