sábado, 30 de junho de 2012

Reencontro com músicas

Reencontrando músicas... Me deparei hoje, subindo no cdu, com Luan Santana cantando 'desculpa, papo furado...', acho que fazia meio século que eu n a ouvia. Agora alguém posta no face 'é melhor amar e perder do que nunca ter amado', essa ai... Faz, precisamente, uns três meses que eu n tinha contato com ela. Ontem Gona me passou uma música de catedral, cuja letra é algo 'foi por amor, teu amor, modificou o meu viver'. Agora só na espera pra ver qual será a próxima.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Os três garotos

Subiu no ônibus três garotos. O tom de pele, dos olhos, dos cabelos eram semelhantes. Seriam irmãos? Uma possibilidade. O primeiro a passar pela catraca era o mais jovem. Os outros dois... Tinha mais que quatorze, mas não mais que dezesseis. Em uma hipótese, não muito remota, teriam treze. O mais novo, talvez o mais fofo, sentou na cadeira destinadas a cegos, aquela que fica ao lado do espaço para cadeirantes. Enquanto guardava algo na bolsa, um dos outros mais velhos, continuava segurando a bolsa, esperando que o garotinho findasse. O terceiro garoto chegou no mesmo instante que o segundo dava a bolsa para o que estava sentado. O menininho disse 'me dá a tua bolsa' e olhando para o outro disse 'a tua não. Está molhada', mas pelo o que eu percebi, o outro ignorou completamente o aviso e deu mesmo assim. Aquele garotinho... Teria dez anos? Não tinha menos que oito, mas com toda a certeza não teria doze. Seus olhos maroto, sua curiosidade nata se manifestando a cada palavra que ele pronunciava... Eu continuei olhando pra ele... Ele falava, falava e falava... Olhava mais para o último dos mais velhos, mas este parecia que o ignorava de propósito... Ele olhou pra mim... Nossa, e agora? Decididamente desviei meu olhar... Agora eu teria que ter cuidado pois ele percebera a minha atenção por ele. Garoto tão jovem... O ônibus acabou lotando.

terça-feira, 26 de junho de 2012

A guerra das Letras


Não adianta, eu disse.
Não adianta, eu estou fora.
De tantos desencontros, de tantos debates, cansei.
Cansei digo eu.
Eu que digo.
Falei primeiro.
E daí?
E daí o quê?
Como se fizesse alguma diferença nas coisas que eu sinto.
Como o quê? Tá louca?
Obrigada.
Obrigada? Não vai contra-argumentar?
Iria fazer alguma diferença pra você,  senhorzinho?
Iria sim.
Iria?
Como iria fazer.
você está mentindo.
Eu não minto.
Mente.
Sem comentários em relação a isso.
Deixa de ser chato garoto.
Deixa de ser...
De ser...?
Você é insurpotável, sabia?
Você é um porre garota!
Sou um porre pra você? O que mais? Fale. Estou aqui pra escutar. 
Garotinha mimada!
Mesmo?
-- os olhos começam a lacrimejar --
Não... Não foi isso que eu quis dizer.
Então o que foi?
Nada.
--- e olha para o chão ---
O que foi?
Eu tenho que te contar uma coisa, menina.
Vai dizer mais o quê? Que foi eu a responsável por você ter perdido o ônibus por causa de um minuto? Irá dizer que atormento suas noites com as minhas mensagens melancólicas? Que eu ando de perseguindo como uma ex-namorada? Que sou... O que foi... Tas chorando?
Não estou.
Está sim.
Tá dizendo que eu estou mentindo?
Estou afirmando o que eu estou vendo. Por favor não chore.
O que você tem a ver com isso?
Não me ofereça foras. Eu só...
Só está sendo invasiva.
Eu jamais seria invasiva.
Mas você está sendo, garota.
Não há nada em que eu possa falar, nada irá modificar a sua opinião. Deixa, esquece... Como? Eu não disse isso... Como vou pedir pra você me esquecer se você já o fez.
Eu te... O quê? Eu nunca esqueci você.
Suas ações falam por você mesmo, garoto.
Ahhh! Você é insuportável, sabia?
Você já disse isso.
Mesmo sendo insuportável, tola, boba... E mais tudo isso que o senhor tá me chamando, ainda te amo.

Sem título (Entrevista)


No dia de uma entrevista, estava eu lá, toda nervosa. Tinha tanta gente para um número tão pequenino de vagas... Não importava quantos tinham, eu sabia que uma iria ser a minha. Como eu poderia ter tal certeza? Eu não conhecia ninguém de lá, fato. Havia descoberto a vaga via Face. Não me achava, simplesmente sabia da minha capacidade. Na prova de conhecimentos gerais e lógica linguística e matemática eu havia me dado super bem. A entrevista, que seria agora, era que estava burlando a minha tranquilidade. Um rapaz, talvez com a minha mesma idade, veio fazer a tal provação comigo. Ele se apresentou e disse que eram três partes. Dependendo do meu desempenho eu iria pra as seguintes. Eu só tenho que passar por essas três fases, eu só tenho que... Ok. Mentalizei isso. 'e então?' ele falara. 'e então o quê?'. Minha nossa senhora! Ele já havia feito a pergunta e eu nem tinha prestado a atenção! Me ferrei!. 'eu disse a você que a sua primeira parte consiste em fazer com que este vaso não existe. Ou me fazer acreditar isso.'. Perfeito isso. Notei claramente o tom irônico nele. Será que percebera que eu não estava escutando-o? 'que vaso?' eu realmente não tinha visto nenhum vaso... 'interessante...' ele começara. 'você pode ir.'. Como assim? Eram três momentos. E eu ainda estava na primeira. 'passe no RH com essa declaração...'

segunda-feira, 25 de junho de 2012

'Sempre penso em você' aula de adverbio

Estava estudando adverbio ontem e pensei numas coisinhas... 
'Sempre' dá a ideia de tempo ao verbo. 
'aqui, ali, no meio de qualquer lugar, gostaria de saber como você está' 
>aqui... qualquer lugar< complementa o sentido do verbo em lugar. 

'camalmente sua voz me deixa, sabia que seu sorriso o deixa três metros mais lindo do que o céu de verão? Não é a toa que a junção de voz e desse seu sorriso o torna alvo de sentimentos singular.'

'camalmente' e todas as palavras terminadas em 'mente' são adverbio de modo.
'muito ou pouco, isso não importa. O que sinto quando escrevo é simplesmente magnífico'
tomemos só duas palavras, 'muito e pouco', adverbio de intensidade.
'...sim, sempre!'
'sim' faz parte do grupo de adverbio que classificamos como 'afirmação'.
'hoje acordei meio estranha. Não é uma coisa que posso controlar... Imagina... Sonhos e pesadelos'
hoje indica tempo, meio modo... O que tem de novo neste exemplo? Assim, claro! O termo 'não' faz parte dos adverbio de negação.

Lembrando que os adverbio complementam o sentido do verbo e não vai declinar nem em gênero, número e grau.

'talvez o que eu sinta hoje por você seja maior do que há três anos. Deu tempo de amadurecer. Mas acho que gostaria de ver no seu rosto, na sua respiração, nos seus olhos, se sente o mesmo que eu...'
tomemos só o 'talvez', sim?! Ele faz parte do que chamamos de 'dúvida'. 

domingo, 24 de junho de 2012

O retrato-calendário


As datas jogadas no papel laminado... As datas eram corridas, de janeiro a dezembro. 1 a 31. Feridos intercalados, marcação do período lunatico... Há um costume de colocar fotos, imagens diversas para ilustrar ou tomar maior parte deste objeto de datas. Neste que eu estava observando, ainda agora, tinha a imagem de um menino, talvez tenha um ano. Ele usava uma gravata preta, com algumas listras brancas e vinho. Tinha um chapéu de um tom marrom escuro, do tipo que os homens usavam há quarenta anos. Segurava na ponta da flor numa mão e segurava levemente o botão que estava na sua forma mais vermelha e esplendida. Nos lábios estava um leve sorriso. Nos olhos... Um olhar docemente acolhedor... Ao que parecia, ele estava sentado numa cama com lençóis brancos e com espelho marfim. No cantinho estava escrito '2012'

A luz do são João


Cheguei em casa, toda ansiosa. Seria hoje! Banho mais que caprichado. Maquiagem no rosto, vestido xadrez, justo na cintura e um pouco armado na altura do quadril. O vestido era curto. Perfeito, pois caia no meu corpo como uma luva. Sapatilha de saltinho. Estava maravilhosa. Eu sabia o que eu iria causar quando passasse... Não foi a toa que eu havia me preparado toda. Eu estava magnífica. Ao contrário de minhas irmãs, eu não era tão desenrolada no quesito de relacionamentos. Bem, eu estava ali. O forró já havia começado. Ninguém ousara a me convidar. Acho que eu estava dando medo. Enfim, comecei a dançar só. Com algumas músicas eu já estava me divertindo pra caramba. De repente um rapaz, de tão aperfeiçoado que quase me fez parar de dançar, me puxou e começou a dançar comigo. Era um estranho, de fato. Mas o que eu poderia fazer? Dizer que não, que não poderia falar com estranho? Que ele era tão belo, que ele me guiava esplendidamente, como se ele quisesse marcar território em mim? Uma dança se passou, uma outra e mais outra. A noite foi simplesmente brilhante. Nos despedimos. Eu dei uma volta pelo lugar e tentei achá-lo. Ele não estava ali. Algo em mim fez-me pensar coisas tão ruim que a única vontade que eu tinha era de correr, de sair dali o mais rápido possível. Fiquei profundamente chateada. Terrivelmente chateada. Custava pra ele ter me avisado? Seria bem mais simples. Queria fugir. Sai daquele movimentado lugar. No canto havia algumas árvores. Sentei de baixo de uma mangueira e deixei que escorresse todas as lágrimas possíveis pelo meu olho direito... Sinto um toque quente no meu ombro. Com o susto, levantei bruscamente. Levantei a minha bolsa e comecei a atacar o ser que havia me assustado. Não havia ninguém lá. Atrás de mim só tinha o nada. Ao me virar, deparei-me com o rapaz de camisa de xadrez que a pouco eu havia dançado. Ele olhou pra mim com seus olhos pretos de uma forma penetrante que arrepiou cada fio dos meus cabelos cacheados. Ele levantou o meu rosto com a mão direita e com a esquerda secou as lágrimas que caiam. Depois daquele desastroso encontro, eu não fazia ideia de como eu iria me portar. Eu havia ido lá encontrar um rapaz que não havia comparecido, e acabei conhecendo esse atencioso rapaz, que, praticamente, havia modificado completamente a minha noite. Ele continuava a olhar pra mim. Ele não falava nada, em absoluto... Por qual motivo? Ele estava me deixando curiosa. Bastante curiosa. Ele usou a mão que havia secado minhas lágrimas pra colocar uma mexa dos meus cabelos atrás da orelha. Foi quando o cel vibrou. Eu não queria interromper o contato visual. Mas o telefone insistia tanto. Ele notou a minha dúvida e fez um gesto pra que eu pegasse o celular. Ao pegar o cel percebi que era uma mensagem que havia chegado. 'seu vestido de tons azul, vermelho e lilás é lindo'. Ele havia mandado a mensagem. Mas como? Ele me vira procurando e mesmo assim não fizera nada? Outra vez o cel vibrou. 'não acredito que você ainda não tenha me visto'. Levantei a cabeça e vi que o rapaz na minha frente estava com um aparelho na mão. Eu não tinha notado antes. Ele olhou pra mim, apertou uma tecla no telefone, e a mensagem chegou pra mim... Dizia que... 'não chore garota. Eu estou bem aqui'. Me virei pra ele e perguntei 'como?' ele simplesmente dígitou 'você mentiu quando disse como era a sua aparência. Só descobri que era você quando começou a dançar como se fosse o instrumento do mais puro prazer. Você é a garota que eu passei as últimas quatro horas esperando. Não chore mais, estou aqui'. Quando terminei de ler ele estava a dois centímetros dos meus lábios...

sábado, 23 de junho de 2012

Forró

 Quem sabe disso? 
Rosto no rosto, coxa a coxa. Peito a peito... Nossa respiração se tornando quase uma... O manejo da música no compasso do nosso corpo... Por motivos diverso o riso não sai do meu rosto... Quanto mais rápida a batida, maior é o contato entre o meu corpo e o seu... 


E quando estamos inseguras de que passo dá? Quando perdemos o ritmo... Ai que a coisa fica preta! Agora o bom é ter um companheiro que percebe essa nossa insegurança e, de um jeito ou de outro, nos ajuda a dá o passo certo... Simplesmente maravilhoso.


 Algumas coisas pesam, como dançar com um parceiro que bebeu litros de cerveja, ou qualquer coisa do tipo, e você ser obrigada a sentir aquele cheiro não agradável... Isso pode ser até sustentável, agora ele pisar no seu pé... Ai é dose demais. 


Mais divertido ainda é quando todos estão cientes que a dança é forró, todos estão no mesmo gingado e um casa, aquele casal, dança claramente um tango...

terça-feira, 19 de junho de 2012

Lírica

Oh lírica!
Oh vida! Majestosa! 
Ferida? 
Oh vida, verdade seja dita... 
Sentida? Sorria! 
Oh lírica! Decidida. 
Oh sonho, proponho! 
Oh lírica! Desistida? 
Oh tudo, mil vezes ao mar... 
Oh lírica. Olha vida. Olha o mundo. Olha o tudo.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sincera Expressão Humana

A mais doce, pura e sincera expressão humana... Da linha dos olhos, a velocidade da respiração, o jeito despreocupado, a linearidade dos lábios... Se não sabes do que eu falo, meu caro leitor, é da poesia humana que se é encontrada no dormir humano... Encosta sua face no meu ombro, me permita sentir seu calor humano misturando com o suave toque de sua respiração em minha pele...

domingo, 17 de junho de 2012

O ensaio de um beijo

A todo instante revemos algumas de nossas ações. Pensamos em como poderíamos ter melhorado algumas coisas que dissemos, que fizemos. Agora me veio em mente se existe o ensaio do beijo com a mesma intensidade? Ontem mesmo revi dez mil vezes o que eu iria falar no telefone, nas possíveis respostas do meu interlocutor, da minha réplica... Apesar de toda a revisão mental estilo Edgar Allan Poe ter sido bem trabalhada, o telefone não foi atendido. Enfim, o beijo. Como ensaiar algo tão natural? Como prever o toque no rosto dele? Como saber se o compasso do coração dos dois vai estar na mesma sintonia? A respiração pode falhar, o rosto pode esquentar, a aceleração do pulso pode chegar a 100 por hora... Como ensaiar algo que pode significar o sol em um mundo onde a luz é tão finda como a lua? Talvez a intensidade de tal ato dependerá da conectividade dos corações... O ensaio de um beijo.