terça-feira, 31 de julho de 2012

Banho


                 Dia quente... Estava muito quente... Entrar no banheiro seria uma ótima ideia... A água fria tocou primeiramente nos meus cabelos... Desceu lentamente pela curva do pescoço... Por sobre a minha face lavou-me os olhos... Como uma carícia delicada desceu por entre meus seios... Estava quente agora... Apesar do leve arrepio que me deu... Ao chegar à altura no umbigo, fez alguns contornos, que acompanhava cegamente o desenho do meu corpo... Minha mão desceu um pouco com o sabonete... Roboticamente fiz os mesmos movimentos... Com as mãos espalmadas... Começando na cintura, subindo e descendo... No meu pescoço, na nuca, num braço... Na mão... Desci o corpo, só da cintura para cima, para alcançar meus pés...  Minha panturrilha... Até conseguir finalmente ficar ereta... Era gostoso sentir aquela espuma sobre o meu corpo... Era deliciosa a sensação de ter algo me massageando... Levemente a água recomeçou a passar novamente por mim.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Fluxo da consciência: expondo e expelindo


Aqui, ali,
Não importa...
Estou com pensamento nele... há alguma diferença? Nenhuma. Ele simplesmente chega pra mim e diz que eu estraguei tudo... Que tudo? As mensagens via face? Minhas mensagens via sms? Tudo isso pelo simples desejo... sei lá do que. Diz que teme em falar comigo, que me aborrece. Sabe o que é estranho?
É saber que passei tanto tempo,
Que pensei de varias formas para deixar claro o que eu sentia por ele
Por tentar fazer... sei lá
Ele realmente me magoa.
Sabe qual é o motivo?
É que sinto que todas as vezes ele arranja um motivo para não me encontrar. Sinto-me como uma estranha na vida dele... fico chateada com isso.
Isso percorre cada veia do meu ser... ele não entende?  Tipo... verdadeiramente?
Já cheguei a pensar que estávamos ‘quase’. Eu não quero um quase.
Ele me deixa insegura.
Ele é um chato, um... um... um garoto crescido. Um cara que mexe comigo, de uma maneira estranha. Do que adianta? Tenho a foto dele no meu cel, tenho meio mundo de fantasias com ele... eu vou dizer a ele? Não vai adiantar mesmo...
Ele poderia ser diferente, menos lindo, menos idiota, menos gentil, menos grosso, menos... ele poderia ser outra pessoa, com um outro nome, nascido até em outro planeta.
Ele poderia... minha mente não sabe o que ou como defini-lo... há umas mutações no meu pensar, tudo gira em torno dele... respira... por qual motivo ele complica tanto? Há uma maneira simples de dizer ‘eu te amo’ ou ‘eu não sinto nada por você’. Preciso me libertar desse sentimento que pulsa no meu ser, fica cada vez mais denso, a cada vez que vejo uma foto, ou quando escuto a voz dele... isso é dolorido demais...
Como ele consegue me deixar assim? Ele não ta nem ai. Eu deveria ter escutado o que os outros disseram... mas eu acredito ainda nele. Não sei se está errado, mas... é o meu primeiro amor.
Sabe uma coisa? Ele desperta em mim, em um espaço tão pequeno,  diversas emoções. Das poucos agradáveis às brilhantes.

Bobos


Ele ali, ela aqui.
Ela olhou. Ele comentou.
Eles se falaram. Hoje não mais.
Ela o ama. Ele, uma possibilidade.
Se eu inverter os papéis, há alguma diferença?
Dois jovens. Dois mundos.
Ele é um garoto das noites. Ela faz faculdade.
Complicado?
São jovens. Apenas jovens.
Desculpas. Perdão. Amor. Ignorância.
Palavras jogadas ao vento. Palavras escritas. Significados interpretado de maneiras estranhas.
O que são eles?
Dois jovens, a beira de uma vida...
Complicado.
Alguém dá para parar de tocar essa música? É agitada demais... É lenta demais... É, em absoluto, estranha.
Complicado...
Ela diz:
Ele diz:
E no nada continuam...
Bobos.

domingo, 22 de julho de 2012

Cheiro de flores


Acordei disposta hoje... O dia estava radiante. Sábado chegou com toda a polpa! Fui até a janela... Meu jardim era fresco.  Não tinha flores. As mangueiras traziam uma sombra agradável... O cheiro subiu... Cheiro delicado... Cheiro doce... Cheiro bom... Seria um perfume? Sai do quarto... Não ouvi nenhum barulho... Estavam todos dormindo... De quem seria esse cheiro?
O dia foi passando, o cheiro do almoço substituiu o cheiro do café forte... O cheiro era cada vez mais forte... Uma agonia começou a surtir no meu peito. Uma tristeza subiu em meu ser... Senti vontade de chorar o dia todo... Era um cheiro perturbador para uma pessoa como eu. Uma pessoa que passava muito tempo sem sentir o cheiro das coisas. Eu tinha sentido isso uma vez, quando eu fui a um enterro... Algumas lágrimas caíram do meu olho direito... Um silêncio silencioso, ocioso, apareceu... Era aterrorizante... Todos estavam próximos a mim. Mas o cheiro ia crescendo cada vez mais... Peguei perfumes diversos e coloquei a minha volta pra poder dissipar o cheiro... Os perfumes não chegavam nem perto... Meu coração começou a palpitar rápido, minhas mãos começaram a soar frio, comecei a ficar tonta... De repente não vejo, não ouço, não sinto nada...
Acordei num quarto branco, com luzes em todos os lugares. Teto branco. Chão branco. Cortinas brancas. E um cheiro enorme de flores. Cheiro sufocante. Tentei me levantar, mas não possuía forças para isso...  Eu estava presa por cordas invisíveis? Só poderia ser. Estava frio. Estava começando a ficar com medo... Eu estava verdadeiramente ficando com medo. Medo. Não havia ninguém próximo a mim. Eu estava só. Fechei os olhos... Eu tinha que me lembrar de alguma coisa... Eu tinha que fazer algo... Eu iria enlouquecer se continuasse parada ali. Tinha que me distrair com alguma coisa. Pensei em minha avó. Pensei na minha mãe. Pensei em Inna, Myla, Lih, Nuno, Peh. Pensei na Bethy. Pensei nas lembranças mais felizes. Nas mais dolorosas. Criei uma série de perguntas sobre eles e comecei a responder. Quando eu já não tinha mais o que pensar sobre eles, lembrei das pontes de Recife. Pensei em Juanes. Pensei e repensei em todas minhas irmãs e no meu Irmão. Lembrei-me que eu tinha um relatório a entregar em duas semanas...
O cheiro de rosas novamente... Pensei em Deus. Seria um aviso isso? Eu não estava entendendo... Seria a morte de alguém? Seria... O que seria? Minha cabeça não suportava a ideia da morte. Acreditava que a morte viria na hora certa. Mas... Não gostava do fim das coisas. Ao menos nesse plano terrestre.
Tempo depois, não sei dizer quanto tempo levou... Talvez uns cinco segundos, uma hora, doze dias... Cai num sono tão profundo... Tão profundo que nem ousei insistir para acordar... Já não sentia nada em relação ao meu corpo. Já não sentia o tempo. Eu estava presa naquela cama... Seria uma cama? Não sei. Em absoluto em não sei onde eu me encontrava.
Senti uma brisa marinha nos meus cabelos... Senti o cheiro do mar... O dia está tão lindo... O sol ao fundo, o céu num azul mais delicado que eu conhecia... Com parcas nuvens... O tempo... Que tempo? Dias como o que eu estava vivendo, ali na praia, era imensurável... Imedível. A minha volta se encontravam pessoas... Pessoas que a muito tempo eu não via... Estavam rindo... Estavam felizes... As crianças... Minha família em peso se encontrava ali... Era lindo. Era perfeito. Estavam ali pessoas que nem se falavam mais... Estava uma paz que há muito tempo eu não encontrava... Ninguém se preocupava com contas, ninguém tinha em mente as confusões diárias que passavam na TV, não tinham medo de nada... Estavam... Verdadeiramente... Tranquilos. Engraçado... Eu não sabia o que estava acontecendo comigo... Só sabia que por alguns instantes o cheiro das flores não me incomodavam mais... Nada do pensamento do medo de achar que não iria conseguir alcançar meus objetivos... Olhei o céu... Quem iria se importar se iria chover? Que ficaria tarde para voltar para casa? Eu estava em paz... Numa paz tão boa... Tão tranqüila... Verdadeiramente alegre.
Estava de volta aquela sala branca... Estava só novamente... Quando isso iria parar? Estava tão bem... Eu queria ter continuado naquele lindo lugar. Parecia que eu estava em Fronteira. Fronteira era uma ilha entre o oceano Pacífico e o Atlântico... Os dias eram belos e as noites tortuosas... Fiquei com medo quando visitei essa ilha... Pensei que seria ótimo... Eu iria aprofundar, por duas semanas, meus estudos em Oceanografia. Nunca mais iria aparecer naquele lugar... Nunca.
Algo gelado toca em meus lábios... Algo duro é colocado em minhas mãos. Alguma coisa aperta meu pescoço. O cheiro de flores novamente atormenta meu ser... Eu já não sabia se me encontrava viva ou morta... Só desejava que esse cheiro sumisse. Findasse...
 Um arrepio veio e levou de vez o cheiro... Meus olhos se abriram.


sábado, 21 de julho de 2012

Sonho - Ônibus (18-04-2012)


Estava num dia como outro qualquer... Sendo que passava o dia todo pensando nele... Cada vez em que eu me encontrava na parada, ficava reparando em todos os ônibus que passava na casa dele.
Ele não se encontrava em nenhum. No início da noite, umas seis ou sete horas da noite, peguei o bus para ir a minha casa. No meio da viagem, eu já tinha desistido de encontrá-lo. Em uma das paradas ele sobe. “estranho”, eu pensei. No busão, em que eu me encontrava, não poderia ser o destino dele... Eu havia sonhado com ele mais cedo... Eu estava saindo do apartamento de Lih e havia encontrado com o irmão dele. Engraçado...
Mais a frente... Chegamos até a brincar diversas vezes... E agora ele estava bem ali. Bem na minha frente. Eu sabia que era um sonho. Conversamos, fiz massagens na região próxima ao pescoço dele. Ele até me perguntou o porquê de eu ter parado de mandar mensagens para ele. Tentei disfarçar. Por duas vezes o cel dele ligou. A primeira ele atendeu. De segunda, ele ignorou. Olhava para mim, atento, como se esperasse eu dizer algo.
Ele sério, ele rindo... Ele era simplesmente magnífico... Eu andava pelas ruas e, em todas as vezes, tentava ver aquele sorriso encantador, que só ele possuía... Às vezes penso que ele patenteou... Só podia... Só ele conseguia encantar, me fazer ficar vidrada... Era simplesmente... Não sei como, de fato, definir. Acho que meus jovens olhos apaixonados estavam amando... A meu ver, é claro... Tentava ver se aquele garoto que passava por mim poderia ser ele...  Mas nunca era... Minha sorte, às vezes, não conseguia me compreender...
Eu... Eu... Quando percebo, eu estava ali e ele também. Eu sabia que era uma peça que a minha imaginação pregava em mim. Talvez tenha sido por isso que eu aproveitei. Sabe por quê? Entre uma mão e outra, eu chegava mais perto dele e conseguia senti-lo. Percebia que a feição dele acompanhava a cada nova sensação...
Chegou uma hora que ele virou e ficou olhando para mim... Só para mim... Como se ele visse além do físico... Vendo meu verdadeiro ser... Ele me perguntou mais uma vez... Como viu que eu não iria responder, simplesmente disse “Eu tenho perdido todas as noites... Somente isso”

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Se jogas?

Se jogas?
De onde?
Se jogas?
De quê?
Se jogas?
Tas ficando maluca!
Já é tarde...
Já é tarde?
Eh... meu coração tava bem perto de você, mas vc tah deixando ele partir... ele tah voando, ele tah dolorido... ele tah feliz, mas vc pode melhorar um doce...

terça-feira, 17 de julho de 2012

Preliminares

Estava eu aqui, olhando para aquilo. De um jeito estranho tudo aquilo iria entrar em mim. Não sei se teria espaço suficiente. Era tão grande, era enorme. Comecei a pensar nas possíveis probabilidades, provavelmente eu iria me ferrar. Estaria feliz se um terço daquilo ficasse em minha mente. Havia me preparado? Todas as leituras, todos os vídeos... Nada parecia chegar perto daquilo... Se eu estava nervosa? Tanto quanto o frio que acompanha as neves, tanto quanto o sal no mar. Comecei devagar. Comecei pacientemente... Tinha tanto assunto novo neste semestre que eu nem sabia como começar estudar. Aquilo não era fácil, todos aqueles livros eram de tirar a paz de qualquer um.

domingo, 15 de julho de 2012

Um motivo para reatar


Estava eu aqui... Sentindo um medo terrível em mim... Estava frio... Muito frio... Chovia lá fora e muito. Eu estava com muito medo... Como eu poderia sentir tal dor? Ele estava ali... E agora não mais... Havíamos brigado, de fato... Eu deveria agradecer por isso? Eu era uma tola, isso mesmo... Palavras foram arqueadas, foram manipuladas a ponto de nem saber ao certo o que dizer e como dizer... Se eu havia me arrependido? Talvez... Palavras são ferinas, mas a ausência de ações é o que corrói minhas veias... Não interessa qualquer coisa, como reflexão do que foi dito, pois já havia sido dito... Quem iria ligar para o meu ciúme? A garota praticamente se jogava pra ele... Ele tinha que acabar cedendo... Tola. Idiota... Eu olhava confusões no céu... Seria o sol desejando aparecer ou a nuvem desejando purificar e diminuir o calor do sol? Quem se importava com isso? Lá no fundo tinha dois coqueiros juntos... É... Eles estavam juntos... Até dois seres que nem podem se mover haviam arranjado um par... Eu também tinha... Mas... Sei lá... Às vezes gostaria que ele gritasse comigo, dissesse que todos esses meus pensamentos estavam equivocados... A chuva começava a cair fininha... Bem fininha... Meu vestido era vermelho... Vermelho vivo, De uma maneira que, se eu quisesse, ele rodaria... Eu briguei com ele. Eu briguei com ele? Isso era verdade, pois nenhuma palavra havia sido pronunciada por ele. Quem se importava com isso? Uma música cubana começou a tocar... De onde apareceu ela? Não havia bares por perto... Não havia nada por perto, só a minha casa... Eu estava só... Um lugar longe, muito longe... Os celulares não tinham sinais aqui, tão menos internet pegava... Eu queria fugir de tudo e de todos... Não conseguia ficar sem acessar o perfil dele, não conseguia não enviar mensagens... Não conseguia me fazer me afastar dele... A música ainda estava rolando... Eu adorava aquela música... Comecei a dançar. Não havia ninguém próximo a mim... Sem querer o riso foi brotando dos meus lábios, sem querer fui me empolgando com a batida... Sem querer fui esquecendo o motivo de eu está ali...
Esqueci que ele era um louco narcisista, meio presunçoso, arrogante... Ele guardava uma ferida aberta de um amor mal curado... Ele era um príncipe, educado, sensível e carinhoso... Que se escondia por trás de um machista...
Nem aquela música me fez esquecer essa dúbia visão que eu tinha por ele... Às vezes me odiava só de imaginar que eu  amava-o e que isso me deixava esquisita... Esquisita por não saber o que sentir... Ele me fazia rir, me fazia desejá-lo de uma maneira tão... Tão... Tão diferente... O desejava com sentimentos, o desejava, também, com o meu corpo...
A música ficava mais alta... Finalmente entendi que havia outra pessoa ali. Ninguém conhecia esse lugar... Ninguém... Desci correndo das escadas, quase escorregava pelo tapete-vermelho com traços azuis marinhos que ficava ao pé da escada... Cheguei à sala... Respirei doze vezes... Olhei pra fora... Não era o carro dele, era o da minha irmã... Essa casa era minha e dela... Por um momento imaginei que seria ele... Deveria ser ele... Poderia ser ele... De repente caiu sobre mim uma coisa involuntária... Eu havia dito coisas terríveis a ele, provavelmente não o veria mais... Sentei no banco de pedra no jardim, olhei ao longe o mar... Era tão lindo o mar em dias de sol, possuía diversos tons de azuis... Mas havia chovido a semana inteira... E estava com aquela cor verde-cinza... Baixei os olhos e comecei a chorar... Lágrimas desciam... Lágrimas frias... Eram apenas lágrimas... Lágrimas...
Percebi um movimento a minha frente... Não levantei meus olhos, já sabia que era a minha irmã. Só poderia ser ela. Uma mão encostou-se a minhas costas... E as palavras foram surgindo de minha boca...
 “Eu não te amo mais...”
O som aumentou... Era uma música que estava me deixando tranquila.
“Arinha, que música é essa?”, falei enquanto eu levantava o meu rosto. Ele estava ali... Era realmente ele. Seria imaginação minha? Ele havia me procurado.
“Menininha” ele começou. “Amar e não ser correspondido é normal” ele parou para ver minha reação. “Amar vai além de ter quem você quer. É querer o bem do outro, independentemente da aproximação. Requer sacrifícios... Principalmente quando essa pessoa não te ver mais como companheira”
Olhei o mar novamente...
“Como você conseguiu chegar até aqui?”, eu disse.
“Arinha disse, certa vez, que seria este o lugar que você viria”, e sentou do meu lado.
“Sabe, Garotinho, não vou pedir desculpas pelas palavras que eu disse”, eu disse.
“E eu nem aceitaria”, ele falou com firmeza, apesar de o tom de voz dele sair baixo.
“Já não sei o que dizer, eu já não sei o que de fato sinto.”
“Eu também não.”
E os dois continuam se olhando até que o sol se pôs...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Calcinhas


 Peças miúdas, peças íntimas. Algumas com lábios na borda, outras com listinhas. Umas cobrem tudo, outras tomam a forma de cada curva, sem falar aquelas que nada cobrem... Tem algumas que são ligadas com ligas, outras que são feitas com sabores... São, de fato, calcinhas. Peça feminina. Peça que sempre fica coberta com alguma outra, como vestidos, saias, calças... Azul, vermelha, preta, de oncinha, bunda rica, cheguei a usar muito essas quando era um bebê, mas não me lembro de quando deixei de usar... Talvez aos 2, aos 5...

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A diferença

Como pode um ser ousar comparar a lua com o sol? 
São seres, em princípio, completamente diferente.
O sol ilumina um universo,
A lua brilha só  na ausência do sol,
O sol esquenta,
A lua é uma aliada das estrelas,
O sol trás consigo alegrias,
A lua ilusões e amores,
O sol, de sua magnífica grandeza, é capaz de dividir o céu com a lua...
Mesmo sendo diferentes, fazem o mesmo papel... Enfeitar o céu... 
Despertar em poetas, e em escritores, o desejo e a curiosidade da relação física e psicológica entre esses dois seres celestes...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Pipoca


Estava eu lá, me preparando toda para o filme. O recente costume foi adicionar biscoito ao tradicional refrigerante e a pipoca. Sarah não iria fazer a pipoca, ela sempre faz e fica perfeita! Branquinha, macia e não fica oleosa. Tudo bem, ela só não sabe colocar a medida certa de sal... O ´quanto mais melhor´ neste caso não funciona. Lá vai eu... 10 colheres de óleo... Mais um ou dois grãos...Espero pipocar... Ela dá um pipoco... Coloco o milho na panela... Ela não pula... E agora? Espero... Espero... Espero... Meu Deus! Estou fazendo algo de errado? Mexo... Abra a tampa... Deixo 5 minutos... O desespero começa a caminhar livremente no meu pulso... O suor frio começa a ser liberados dos poros da minha cabeça... Começo a ficar zonza... Uma pipoca pula... Eu não para de olhar para o relógio... Outra pipoca pula... Vou colocar o filme no dvd... Volto... Duas pipocas pulam... Volto e coloco Dublado e sem legendas... dez pipocas pulam... Retiro o refrigerante da geladeira, pego os copos, levo tudo pra varanda... Quando volto... nenhuma pipoca pula... nenhuma... ^L^. Feliz tiro do fogo, abro a tampa... Viro tudo no pote... ¬¬ a metade ainda estava em forma de milho, sendo que assado, frito ou seja lá a qualificação certa para aquilo, o,O. Não sei fazer pipoca, ç.Ç

momento

"Juro que não te entendo" ela pensou... Depois ela olhou para o mar e compreendeu que nada foi dito por uma simples coisa, "que não tinha como os pássaros voarem sem asas...". Um sorriso desconcertado surgiu nos lábios dela, "a verdade repassa em mim de uma maneira tão forte, tão estranha, mas é a verdade... Ele possuía uma lábia tão poderosa que conseguiu me deixar vidrada por um ano...", o mar dava sinais que iria chover, iria chover muito. Mesmo assim ela ainda continuava lá. Estranho? Não. A brisa marinha não é doce, vem carregada de sal. Tentava limpar os pulmões de todas as impurezas...
A chuva começou a cair bem fininha, ela começou a andar. Ela já havia se molhado de mais... Já não se sabia o que eram lágrimas, Já não se sabia o quer eram gotas de chuva... O céu refletia os sentimentos dela, estava frio, estava distante, estava feio, estava dolorido... A única vontade que ela possuía, era de ficar em casa, só em casa... A chuva se intensificou... Ela começou a correr... Quando chegou num lugar onde ela estava segura da chuva, ela olhou para trás, para ver o mar... Lembrei-me de coisa que foi dita a mim... "Ame com intensidade, sofra com intensidade... Dance, ria, chore e viva! Poderás tudo, mais sinta cada detalhe da realidade..." Ela saiu do ponto seguro e olhou para o céu, sentindo cada gota da chuva gélida em seu rosto... Um sorriso escapou dos seus lábios... Seria um sorriso nervoso? Seria de alívio? Seria uma tentativa de fuga de tudo aquilo que estava corroendo a mente?
Eu já não sabia...

Um trovão.

O medo dele era tão grande, tão verdadeiro, que a fez sair da chuva... O momento surreal já havia passado...

domingo, 8 de julho de 2012

Minha chegada

Desci do carro. Eu estava com muita raiva... Necessitava da brisa marinha no meus pulmões... Fazia meio século que eu não comparecia a praia a noite... Esta noite iria ser à noite. A chuva tinha sido terrivel a semana toda. Meu salto agulha, Pepitoo, reluzia a noite como as estrelas e a lua no céu... Apesar de está bonito o céu, ele dava sinais que iria chover. Um delicado chapeu preto estava levemente preso no meus cabelos... Vim em busca da minha justiça, já que o mundo não me dá uma melhor... Meu vestido florido lilás, levantava bastante o meu astral. Eu tinha certeza de que estava lindo. A raiva estava em mim, mas esta noite seria perfeita. Ele estava lá, como previa. Cabelos pretos, olhos puxados... Só poderia ter ascedencia indígena. Ele possuia o sorriso mais encantador que eu poderia conhecer. Não tinha ideia do quando me atraia... Aos meus olhos ele era o ser de todos os seres do universo... Mas jamais iria dizer isso a ele. Um leve movimento com a cabeça fiz para cumprimentá-lo. Ele fez um gesto de que iria se aproximar, me virei. Por um momento não o vi mais. Ele tinha desaparecido. Senti uma mão se fechar no meu pulso... Uma música com ritmo longo começou a tocar... Ele olhava penetrantemente para mim... como se sentisse cada batimento do meu coração, como se visse além do meu corpo... TANGO. Eu estava vestida para isso? Passos largos dávamos... Sentia no íntimo do meu ser o pulsar a cada olhar que ele me dava. Com o terminar da dança, fomos ao jardim... Começamos a conversar, estava bom... estava muito bom... Ele me fez rir... mas chegou um momento que não consegui reter minhas lágrimas... Eu estava tensa demais, com raiva, triste, com medo.., com muito medo. Ele soube que eu não estava bem no momento de minha chegada...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A Paquera

Tinha um rapaz em pé no ônibus. Eu estava sentada na última janela do lado do motorista. Eu havia visto ele subir. Moreno de pele clara, cabelos castanhos. Será que ele malhava? Seria uma possibilidade. Usava uma camisa roxa... Dava pra ver o desenho de alguns músculos... De repente ele muda de posição... Me perco vendo ele... Do nada ele se vira e me ver. Tento disfarçar, mas quando volto a olhá-lo, me vejo presa naqueles belos olhos castanhos-mel. Ele tinha uma beleza tão bela, tão radiante, que me senti como se não houvesse espaço entre eu e ele. Ele sorriu, não sei como eu não derreti. Olhei para o lado, mexi nos meus cabelos, coloquei até uma mexa por traz de uma das orelhas. Voltei a olhá-lo. Ele olhava penetrantemente para mim. Meu pulso começou a acelerar, meu corpo esquentar... Ele começa a se mover... Vem em minha direção... Sentou na cadeira do meu lado. E agora?? O que faço?? Ele pega o cel dele, disca algum número... Atendeu com a voz meloza, com três jeitos... Algo em mim afundou claramente... Ele era... Não podia ser... Essa não! Ele tinha que curtir a mesma fruta que eu?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Beleza.

Oh bela, oh encantadora beleza.
 Seu brilho ilumina a minha face. 
Tão grande, tão esplendida e pura e delicada beleza... 
Desejaria está ao mar e ter visto o seu tão nobre nascimento. Me comoves pela candura. Olhar para ti é embriagante... 
Tão magnífica no céu... 
Sua paz atormenta meu espírito... 
Não por sua paz em si, mas pela minha agonia de esperar o ônibus no dia de greve...
Greve? Ônibus aos montes...
Mas por ironia, ou pelo costume, não me vem uma sequer... 
Tão bela lua, tão maravilhosa lua... 
Só me resta olhar-te.

domingo, 1 de julho de 2012

A Verdade

A verdade das coisas não aparece assim do nada. Ela dá sinal, dá pistas. Há momentos que não queremos ler os sinais. Ignoramos mesmo. Quando decidimos ver, ela recai como o toque das primeiras gotas de um banho gelado de uma tarde de inverno. A primeira sensação é terrível, gélido. Mas o tempo faz que a nossa pele se acostume com a sensação desagradável, tornando-a suportável. Depois de um tempo ficamos indiferente. A verdade pode destruir amizade ou torná-la ainda mais estável. A verdade sendo dita, não faz crescer expectativa sobre outrem. A verdade sendo dita alinha lado a lado seres que estão a um atlântico de distância. Mas como saber a verdade? Simplesmente ela vem carregada de acontecimentos seguidos, de sentimentos não contraditórios, de... De tantas maneiras que, talvez, um jovem coração como o meu não seja tão grandioso a ponto de identificar nesta simples crônica...