sexta-feira, 31 de maio de 2013

fragmentos: Ou você usa ou alguém usará

Podes ser um ser grande, mas se não usares isso ao seu favor, alguém usará.

fragmentos: Brigas

A pessoa provoca uma briga e depois banca uma de vítima. Só que não. Melhor do que isso só em meus pesadelos.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

De primavera a primavera - Episódio 1

Estava boba, outra vez.
O sorriso dele sempre me deixava assim, me dava vontade de sorrir também...
Ele era o ser mais encantador que eu tinha conhecido. Ele trazia uma paz boa, uma inquietação que me fazia querer viver um pouco mais. Por mais que eu tivesse estressada com os meus alunos ou com qualquer outra coisa... Ele sempre parecia radiante... Eu acho que estou enamorada...

Certa vez, quando eu conheci, era estranho, ele estava todo sujo. Ele estava vindo de uma aula de campo no zoológico... Ele estava arretado, ele não pensava que iria entrar realmente do 'campo' no Horto de Dois Irmãos. Eu estava lá, pique-nique em família. Eu estava procurando meu irmão caçula, ele tinha a mania de sair escondido e brincar em algum lugar onde não pudéssemos vê-lo.

Namorados
Eu acho que estava mesmo querendo fugir da minha família. Eram brigas, picuinhas ridículas... Eu não estava aguentando mesmo aquilo. Às vezes era simplesmente angustiante ser palco, e ainda era pior quando eu estava envolvida. Acho que o meu irmão sentia isso e por isso fugia... Eu queria apenas paz. Era ruim pensar isso? Todos tinham problemas, mas isso não quer dizer que era preciso jogar isso na cara dos filhos... Eu não era escudo de nada, tão menos uma arma. As pessoas têm um falho costume de maldizer aqueles que estão próximos com o intuito de se livrar de uma dor sofrida em outra situação.  Eu não gostava disso. O pior era quando a gente falava alguma coisa e era completamente distorcido pelos nossos pais. Eu queria, realmente, era sumir, por alguns minutos, algumas horas, alguns dias, alguns anos... Não importava o tempo em si, mas a sensação de bem estar viver novamente no meu ser... Isso não poderia ser impossível. Eu estou indo pra qualquer canto.

Quando eu vi o cara sujo de lama, me deu vontade de rir, não só porque ele estava sujo, mas pela posição tosca que eu o estava vendo. Ele estava ajoelhado no meio da trilha, procurando algo e, de repente, se levanta num salto, tentando tirar algo do braço. A principio pensei que eram formigas, mas depois vi o que era. Era uma aranha enorme. Me aproximei e tentei ajudar a tirá-la dele. Ele levou outro susto quando sentiu a minha mão. Foi quando me prendi nos olhos dele... Era um castanho vivo, era uma cor entre o dourado e o vermelho... Eu nunca tinha visto algo parecido. Nem reparei se ele estava ocupado, se estávamos numa trilha de formigas que ‘cortavam a nossa pele’, nem algo parecido. Não sei quanto tempo nós ficamos assim, só conseguia ver os olhos castanho-estranhos que ele possuía... Foi ai que eu vi o sorriso dele, foi algo simples, mas completamente contagiante... Pela primeira vez hoje me senti bem.

Ele – Oi.
Ela – Oi.
Ele – Tudo bem?
Ela – Sim. E acho que a aranha sumiu.
Ele – Caramba...Era uma aranha?
Ela –  Não se preocupe... Não era uma aranha venenosa.
Ele – Como você pode saber?
Ela – Li sobre isso num livro de Ensino Médio.
Ele – como você se chama?

Ela – Antigamente a gente dizia  o nome primeiro  antes de qualquer outra parte da conversa.
Ele – Se não disseres teu nome, como vou poder agradecer a corajosa e admirável atitude de me ajuda?
Ela – Eu já disse que não era uma aranha venenosa.
Ele sorriu mais uma vez, balançando a cabeça. – Se a sua intenção é me tranquilizar, está conseguindo. Por um momento pensei que era uma viúva negra.
Ela – E você viu a aranha para dizer isso?
Ele – Eu vi algo vermelho e cheia de perninhas. O que achas que eu iria imaginar?
Ela – Verdade... Era uma aranha, mas o tipo dela eu não vou dizer...

Ele – Então era mesmo uma viúva-negra?
Ela sorriu com gosto agora. Ela estava se sentindo leve.  
Aquele dia foi muito bom e para sempre ficaria marcado na memória dela. Foi o início de uma amizade prazerosa. Certa vez ela havia dito que estava super nervosa para uma entrevista que teria, eles viviam mandando mensagem um para o outro. No dia da seleção, ela havia esquecido o celular em casa e não havia se dado bem. Havia outro candidato certo para a vaga. Ela estava Cansada disso. Chegou em casa e lembrou do celular, quando pegou, havia 22 mensagens dele. Umas desejando boa sorte, outras perguntando se havia ido bem na entrevista, outras perguntando se havia acontecido algo. E, claro, eu estava sem crédito. Entrei no face dele e deixei o recado de que havia ido bem e que esquecera o celular carregando. Depois disso sentou na cama e começou a chorar. Não que ela não pudera ser capaz de ter passado, mas que achava injusto isso. Se a vaga já era destinada para um alguém específico, que não fosse anunciada. O celular vibrou, era uma mensagem dele.

“Posso te ver hoje a noite?”
Minha irmã havia saído e colocou crédito no meu celular, então respondi.

“Isso vai depender de você. Se você conseguir enxergar, me verá”

Ele respondeu prontamente.

“ Você e suas brincadeiras. Eu sei que você entendeu, mas se queres que eu explane, explanarei. Quer sair comigo hoje?”

Seria uma boa ideia encontrar com ele.

“Meu ‘sim’ significará que vamos nos encontrar hoje? Se for isso, claro que quero!”

“Me encontres na praça? Me refiro aquela que fica perto da Bacana, em Olinda. Perto do Carmo. Em 20 minutos?”

Eu ri com essa.  Eu levava 20 minutos para chegar lá, mas ainda teria que me aprontar...

“Será bom dá uma caminhada pela orla de Olinda... Ok. Te vejo em meia hora então”. Me levantei e fui me aprontar. Demorei um pouco mas de 15 minutos e sai.


“Sai agora, acho que vou chegar ai em 17 minutos.”

Cheguei lá e ele não estava. Olhei para o relógio. Não havia me atrasado tanto, havia levado exatamente os minutos em que eu havia dito.

‘’Onde você está?”
“acho que vou chegar ai depois que você.”
“Como você sabe que eu já cheguei?”
“Estou te vendo”
“onde você está? Ainda não te vi”
“Eu disse que vou me atrasar. Queres vir aqui? Podes me esperar aqui”
“Onde é esse aqui?”
Rolou os olhos pelo lugar a procura dele. Ele deveria estar perto, afinal ele estava me vendo. Procurei algum lugar que fosse algo que ele pudesse trabalhando, olhando as possíveis janelas que ele poderia estar... Dei de cara com aqueles olhos me encarando. Guardei o celular enquanto eu me encaminhava para onde ele se encontrava. Ele se afastou da janela, atravessei a pista e, quando cheguei próximo ao estabelecimento, ele se encontrava na entrada.

Ele – temos novidades?
Ela – Infelizmente, não.
Ele – mas eu tenho.
Ela – tens?
Ele – eu só preciso terminar o que eu estou fazendo aqui.  Podes esperar alguns instantes? Prometo que vai ser rápido.
Ela – você sabe muito bem o que eu penso sobre promessa, que...
Ele – que você prefere que, se for pra ter que acontecer, acontecerá, que prefere a surpresa do quê criar expectativas... Eu sei. Só queria deixar claro que já estou terminando e que você não precisa se preocupar.
Ela – Entendi. Então comece a terminar, do contrário nunca irás terminar. Afinal, só terminamos aquilo que começamos.

Ele riu, assentiu e foi para o canto e sentou, voltando a sua atenção para um monte de papeis... Os segundos se tornaram minutos e os minutos se tornou algumas horas... Quando tinha começado a demorar, ela sentou e começou a ler O melhor de mim, de Sparks. Um amigo havia indicado aquela leitura e ela estava adorando. Fazia tempo que ela não lia nada parecido. Ela tinha lido pouca coisa, pois se distrai fácil-fácil quando estava em lugares movimentados, ela leu apenas uns 7 capítulos. Quando ela começou a se empolgar na história, sentiu uma mão no seu ombro, foi um pequeno despertar, que a fez lembrar-se de onde estava e o que iria, teoricamente, fazer. 
Ele – Vamos?
Ela – Sim. Pra onde?
Ele – Acho que a ideia inicial era dá uma caminhada. Vamos?
Ela – ah sim, claro.
Ele – Antes quero dá uma parada, lanchar. Queres?
Ela – Pode ser... Vamos.
Ele riu mais uma vez. Ele ria com uma facilidade incrível quando estava com ela... Ela era brilhante... Eles pegaram uns sanduíches e sucos e foram lanchar na praia. Estava anoitecendo, e, aos poucos, foram falando o que havia acontecido durante o dia, assim ele soubera que ela não havia se dado bem na entrevista. Depois disso, ela acabou se distraindo, mais uma vez, olhando o céu estrelado de Olinda. Era calmo... Era um bom lugar para esquecer qualquer outra coisa que fosse digna de ser esquecida... Começou a esfriar e ele colocou o braço por sobre o pescoço dela e ela descansou o rosto no ombro dele. A respiração dele começou a fazer cócegas no rosto dela. Foi uma sensação ótima... Ele não sabia que era bom abraçá-la daquele jeito. Algo fez com que ele tivesse a vontade de tocá-la. Quando ele fez a menção de fazer isso, ela girou o rosto e os dedos dele foram diretos nos olhos dela.
Antes que ela pudesse tocar no olho ou fazer alguma observação dolorosa, ele segurou a mão dela e beijou os lábios dela. Por um momento, ela ficou com os olhos abertos, fitando os olhos dele, e, por um breve momento, ele pensou que ela iria recusar de beijá-lo. Ela fechou os olhos e, como ele sempre sentia, ela relaxou e aprofundou o beijo. Aos poucos fui percebendo que aquilo iria acontecer em algum momento. Percebi que, isso iria acontecer. Olhe apenas no fundo dos meus olhos e perceberás o universo que eu entro quando estou contigo... Deves sentir o mesmo, do contrário não irias me procurar... Isto que estou sentindo não é o tipo de coisa que acabe por besteiras...  Nenhuma palavra poderá ser capaz de findar... Será que isso é amor? Eu me preocupava com ela... Queria saber se ela se encontrava segura... Eu sabia que ela poderia se sair muito bem na vida, mas era algo que me deixava inquieto... Era tão importante para mim vê-la bem... Ela havia tentado me acalmar no dia do zoológico. O que ela não sabia era que eu estava justamente atrás daquelas aranhas. Sendo que eu havia perdido a atenção por conta de uma trivialidade besta e, quando eu menos esperei, aquela maldita aranha subiu em mim. Sacanagem. Maior susto eu levei. Quando senti a mão dela sobre mim, jurava ser o  meu professor. Ele, as vezes, se dava um sumiço... Às vezes eu podia jurar que ele estava se pegando com uma caloura... 
Quando nosso contato labial foi interrompido, ficamos um olhando para o outro. Vi o rosto dela mudar, como se o relaxamento que ela havia sentindo ainda pouco instantes, fosse substituído pela culpa. Culpa? Que culpa? Até onde eu sabia ela era solteira e eu também. Ela fez menção de que iria se afastar, foi o que me motivou a passar o meu outro braço pela cintura dela, fazendo ficar onde ela estava. O que será que a fez fazer isso? Ela não podia ficar um pouco mais? Vi uma dúvida no olhar dela, algo que ela quisesse, talvez, perguntar.
- Acho que e não deveria ter feito isso.
- Por que não?
- Sei lá... Só acho que vai ficar estranho.
- Não vai.
- Vai.
- vá por mim.

E, realmente, havia ficado diferente, eu só não sabia que seria pra melhor... Os dias que se passaram depois daquele encontro na praia haviam sido divertidos e bastante estranhos... A gente acabou se encontrando e ficando um com o outro... Não consigo lembrar sem que um sorriso brotasse em mim. Era como se eu pudesse reviver cada toque, cada palavra... Era o início de uma face da felicidade que eu ainda não tinha conhecido... Eu poderia reviver cada segundo de novo... As férias chegaram e descobri que ele ia para um intercâmbio no ano seguinte. Ele ia para a Austrália.
 Fiquei feliz quando ele dissera aquilo, na verdade, ele tinha conseguido algo que eu acompanhei, eu o vi tentar e conquistar isso. Ele estava se sentindo esplêndido. Quando cheguei a minha casa, dei por mim a ausência que iria ter em minha vida... Ele... Me senti estranha... Me senti egoísta... Eu não poderia contar isso para ele. Ele não merecia... Mais que droga! Eu... Anta, anta, anta!

Deus! Por que eu estou me sentindo assim? Ele... Respira... Respira... Me olhei para o espelho e vi o meu reflexo... Eu não poderia ser tão egoísta... Meu celular tocou... Era ele. Eu não queria falar com ele agora... Na verdade, eu não poderia... Respira... ‘Acalme a mente’... Ele ficou falando nesta possibilidade por quase seis meses... Eu mesma o incentivei a fazer isso... Eu tinha a ideia de que ele poderia conseguir... Mas em nenhum momento, em nenhum, eu pensei na distancia...
Haveria algum tempo para que eles pudessem ficar um pouco mais...

---------------Fim do episódio 1---------------------
História completamente inventada, sem nenhuma ligação com a realidade.
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Fragmentos: Escutas o que queres sentir

Me diz o que escutas, que eu te direi como você quer se sentir.

Término de Namoro...

Sorrindo, olhando, tocando, errando, chorando.
Dor. Lágrimas. Abraço. Adeus. Nunca mais.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Como ser uma cronista do Jornal do Commercio.

Como ser uma cronista do Jornal do Commercio.

Olá!
Primeiro eu tive a ideia de procurar um meio de chamar a atenção do jornal, um meio simples para informar que desejo escrever crônicas e contos para ele. Poderia ser algo engraçado, ou poderia ser algo que provocasse algumas lágrimas de susto. Sentei em frente ao pc e pensei: O que o Jornal do Commercio aceitaria? Coloquei o meu currículo no site e não deu muito resultado. Então decidi entrar em contato direto. 
A minha sugestão, como assim está escrito no início da seção de contato, é de me oferecer uma oportunidade para o cargo, ou seja, me tornar uma cronista ou uma contista de um dos Jornais mais antigos e bem falado de Pernambuco. 
Se há alguma crítica? Há, todas. Mas minhas críticas estão embutidas em crônicas, algo como L.F. Veríssimo faz em suas incríveis elaborações de suas crônicas.
Estou para viajar para a Alemanha, mas antes eu quero ver se consigo um cargo a distância, uma vez que a internet facilita essa atividade.
Estou jogando as sementes para ver o que vou colher, afinal, não há ofensa em  fazer isso, há?
Aguardo sua resposta,
Samanta Abramowicz,  presente cronista


Eu aprendi

  1. Aprendi com a minha avó o verdadeiro significado do amor.
  2. Aprendi com a minha mãe que os filhos terão a sua vez na vida.
  3. Aprendi com o meu pai que eu não posso mudar meus planos por causa dos filhos.
  4. Aprendi com a minha tia que presentes são aquilo que sentimos quando presenteamos alguém.
  5. Aprendi com o meu pai que não se dá  mais presentes de aniversário a filha a partir dos 18 anos e, também, a partir dos 21 só se manda parabéns pelo facebook.
  6. Aprendi com a minha avó que o sorriso no rosto de quem amamos vale mais do que a riqueza material.
  7. Aprendi com o meu tio que deve rir de tudo, principalmente das histórias que inventamos e que algumas pessoas teimam acreditar.
  8. Aprendi com o meu ex que 'eu te amo' não significa nada.
  9. Aprendi com o K como pode ser bom se sentir desejada.
  10. Aprendi com o M que pode ser bom o roçar da barba no rosto quando fala coisas próximas ao ouvido...
  11. Aprendi com minha irmã mais nova, que mora comigo, que posso fazer tudo, independente das regras e das leis.
  12. Aprendi com minha irmã mais velha, que mora comigo, que posso ser o ser mais empático da face da terra.
  13. Aprendi com Inna que se estivermos predisposto a sorrir com algo, sorriremos.
  14. Aprendi com a L que posso usar as pessoas para ser um degrau para reconquistar uma amizade, mesmo que depois a gente simplesmente arranje um jeito de expulsá-la na nossa vida, sem se importar nas consequências que isso pode gerar.
  15. Aprendi com a B que podemos escolher entre duas amizades e dizer que não estamos fazendo isso.
  16. Aprendi que as pessoas não são o que dizem e nem são o que fazem na sua frente. O que elas verdadeiramente são são exposto através dos gestos involuntários, das opiniões que são explicadas detalhadamente...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Em frente ao Espelho: 7 segundos

De silêncio, ela sobrevivia. Onde estava, afinal, o antídoto para a aflição? Ela estava com uma impressão forte, que alterava completamente o seu estado espiritual.
O sono não descia, a dor de cabeça não passava... Ela estava uma pilha de nervos, parecia que o mundo havia se transformado completamente.  Não havia planos, ela estava se deixando levar pelos acontecimentos. Não vivia, apenas sobrevivia. Era algum talento? Ou estava passando por uma fase realmente ruim.
Não sabia o que fazer. Se chorar resolvesse alguma coisa, choraria. Eu já não sabia nem como aconselhar.
Seria um erro continuar a respirar? Seria um erro querer um pouco de paz interior? Seria um erro buscar as respostas para as milhares de perguntas que possuía?
Saudade de uma pessoa que não sou mais... Perdi o tato, perdi a sensibilidade pelas coisas boas... Estou perdida?
Deitar não é o melhor remédio.
Falar? Pra quem?
Perdi a visão do que seja verdadeiro amigo... Devo recorrer a um padre? Mas a função dele é só dizer que estamos perdoados  se verdadeiramente nos sentirmos arrependidos e ter-nos perdoados, nada poderá fazer. Preciso procurar um psicólogo? Eles são pagos para apenas nos escutar e passar remédios que apenas nos fará dependentes. O que, de fato, eu preciso fazer?
Perdi a bússola da minha vida e penso que estou me deixando neste estado por tempo mais do que suficiente.
Para piorar, tenho certeza, que devo estar de tpm.
Me sinto só, mesmo estando no meio de uma multidão.
Como, meu Deus, eu posso reverter isso? Eu só quero um querer viver outra vez. Colocar os meus pés no chão sem ter medo de escorregar num vazio imensurável.

domingo, 26 de maio de 2013

Fragmentos: inteligente-tolo

Para uma pessoa inteligente, as vezes ele consegue fazer cada atrocidade, que deixaria qualquer tolo abismado por não ter feito antes.

Miguel e Olívia.

-Numa praia um pouco distante... - comecei a falar. As crianças ficaram me olhando. À hora da história, depois do lanche, sempre deixa as crianças cheia de expectativa. Claro, depois de se alimentarem e brincarem de pega no pátio, a única coisa que querem é dormir depois de uma historinha. - duas crianças corriam uma garota de dez anos e um garotinho de onze. O mar estava calmo, o céu, sem nuvens, de um azul turquesa mesclado de um azul caribe e azul Oceânico. Os pássaros voavam calmamente numa linha quase perfeita como o horizonte... - nesse instante, várias delas estavam deitadas, muitos já dormiam e outros estavam entrando num estado de puro descanso, beirando ao estado de pleno sono.

Depois que elas dormem, eu tenho o meu horário de intervalo, pois essa é a hora que a psicóloga Luana entra e fica com eles. 
Fui a caminho do banheiro das professoras. Antes de chegar lá encontro Miguel, o professor de Recreação das crianças. 

- Oi - Eu disse, sem nenhuma emoção, só o de sempre. 
- Oi! - Ele disse com aquele seu encantador sorriso. Eu já estava passando por ele quando senti uma mão fechar no meu pulso, foi o que me fez olhar para a direção de quem estava me tocando.
- Oi Miguel!... - Falei no meu tom normal de voz - Tudo bem? - E esperei ele responder. 
- Oi, Olívia! - Ele disse me encarando de um jeito que eu não gostava, de um jeito que sabia que havia ganhado alguma coisa - Tudo. Posso dizer que estava muito bom até você aparecer - o que ele quis dizer com aquilo? Que eu havia estragado o dia dele?
- Como assim? Perturbei a sua tão gloriosa tarde? Sua paz de espírito? - Eu não sei como ele conseguia, só com uma simples frase, mexer com a normalidade do meu sistema nervoso.
- Olívia, minha cara Olívia, sempre com esse seu ar de quem, definitivamente, não quer me ver -

Eu acho que ultimamente eu estava com aquilo escrito na minha testa. Ele não tinha conseguido o que queria naquele dia pós a apresentação das crianças, na noite de Alegria? Ele poderia buscar outra conquista. Eu estava farta com aqueles joguinhos de garotos de oitavo ano. Eu estava cansada dele. Eu queria sair até da escola se a necessidade fosse tão urgente.

- Eu poderia pensar em algo melhor a fazer do que ficar esperando que outra professora passar por aqui. Até onde eu saiba, a sua irmã está de passagem pela escola. Acho que ela não deveria ficar esperando por você. – como eu sabia que  iria acontecer,  ele perdeu aquele sorriso de ganhador. A boca dele se transformou numa linha, quase não dava para distinguir qual era o lábio inferior do superior. Ele ainda temia pela irmã. Ele via Clarice como uma eterna filha insegura, que precisasse o tempo inteiro de atenção e proteção.

 –Ela está com a mãe dela, agora. Não sei se é da sua conta, mas a Clara está internada, sofreu um acidente hoje de manhã... Acho que isso não interessa mesmo a você. Acho que eu deveria ir embora. Tenha uma boa... Ou melhor, não tenha! – Ele se virou para sair. Onde eu estava com a cabeça? Ele não parecia nem um pouco abatido pelo o que havia acontecido com a irmã. Eu não tinha como adivinhar...

 – Miguel – eu meio que gritei, ele já estava na metade do corredor, ele parou, virou o torso na minha direção – espere – eu falei. 

Ele ergueu a sobrancelha direita – o que você quer agora? –
– Só me dê um minuto, sim? Eu realmente preciso ir ao banheiro. Eu preciso falar com você. – Ele se virou completamente.
– Não sei se isso é uma boa ideia. Provavelmente você vai passar umas boas duas horas ai. – Eu sabia que ele estava certo.
– Você pode me esperar? – Tentei... Ao menos isso... Será que ele me esperaria? Olhamos um para o outro, nem uma mosca conseguiria quebrar tal ligação. Quando percebi que ele não sairia de lá, eu fui ao banheiro. Já havia esquecido o que eu iria fazer lá. Perdi a vontade. Lavei o meu rosto e olhei o meu reflexo no espelho. O dia estava quente lá fora e eu estava começando a ficar com frio. Uma tremedeira passou entre os meus pulmões. Golpe baixo esse do destino pra mim. Ele tinha que fazer a irmã dele se machucar para eu poder falar com ele outra vez? Eu estava disposta a ignorar ele pelo resto do bimestre. Ele era só um estagiário de Educação física e eu sou uma professora formada, tenho até uma pós. Ele se quer teria vinte e três anos. Ele aparentava ter vinte. Eu tenho vinte e quatro. Eu sei que essa coisa de idade não existe mais, mas não posso ir contra os meus preceitos... Ele parecia um Deus grego, sendo com aparência diferente. Ele possuía cabelos pretos, curtos. Olhos pretos. Não posso fazer isso. Não consigo. Olhei de novo pra janela que fica no canto superior do banheiro. O dia estava lindo demais para ser perdido com essas bobagens...

– O que você está fazendo? – Ele disse. Não que meu corpo não estivesse tremendo o suficiente sem a chegada repentina dele no banheiro, mas juro que eu devo ter saltado uns vinte centímetros do chão.

– Eu que pergunto o que você está fazendo aqui? – ele deu um sorriso meio sem graça, mas que o deixava com uma aparência mais jovial, e eu sempre me derretia quando ele fazia esse espetáculo só pra mim.

– Você me pediu para esperá-la – eu havia mesmo dito aquilo.

– Sim, eu disse. – Ele deu um passo a frente.

– E isso já faz meia hora – eu não acreditei nisso, tudo isso?

– Como você pode dizer isso com essa precisão? – Ah! Eu sabia que eu havia pego ele.

– Eu estou sempre com um cronômetro em mãos quando eu preciso – ele falou isso dando mais passos, diminuindo o espaço entre a gente, me mostrando o pequeno aparelho. Nossa mãe! Já haviam se passado trinta e cinco minutos. Será que isso era verdade ou ele já estava ativado antes mesmo de eu chegar ao banheiro? 

– Enfim, você queria falar comigo. Ainda quer? – ele disse, dando mais quatro passos e ficando um pouco de um metro entre nós.

– Eu queria dizer que... – ele me interrompeu levantando uma mão.

– Você queria, não quer mais? – Será que ele iria me deixar terminar? 

– Eu quero! – falei o mais devagar possível, como que tentando tranquilizar a minha mente e a minha pulsação. – Eu queria... Realmente eu queria... Eu quero pedir desculpas por aquele dia. Sinto muito mesmo em dizer que eu o... Eu o... – 
Ele olhou pra mim, dando um meio passo a frente – você? – eu... Agora, o que eu iria falar? Que lamentava ter empurrado ele daquele jeito depois daquele beijo sufocador? Daquela quentura, daquela sensação de querer ele mais para perto de mim?

– Eu queria pedir para não fazer mais aquilo que fizeste por mim... ou melhor, em mim. – ele me olhou incredulamente e deu um passo pra trás.

 – O que você quer dizer exatamente com isso? – ele olhava friamente para mim. Será que ele podia ser mais difícil? Sim, ele poderia; eu não teria dúvida em relação a isso 

– Sei perfeitamente que você entendeu – ele deu mais uns passos para trás, se distanciando ainda mais de mim 

– Não sei, em definitivo, o que você está querendo com isso. – deu alguns passos a mais. Agora ele só teria que dar um passo ou levantar o braço esquerdo para atravessar ou tocar na porta.

– Você... – antes mesmo de eu cogitar a intenção dele ele já havia feito. Ele fechou a porta, sem desviar os olhos dos meus – o que você pensa que está fazendo? – eu botei isso pra fora sem me preocupar como isso seria interpretado por ele.

– Eu não penso que vou fazer algo – será que ele havia desistido? Será que eu queria que isso fosse verdade? Ou eu não queria essa desistência?
– Eu... – eu tentei recomeçar, mas antes de eu saber ao certo o que eu iria dizer, ele tinha encurtado o espaço entre nós dois, a um ponto que só uma palma nos separava – você esta logrando novamente? Por qual motivo fechaste a porta alguém, sabe, pode bater ai, quem sabe a própria Antonieta – ele baixou um pouco a guarda e riu baixinho.
– Se ela aparecesse aqui, juro, que hoje seria um dia glorioso. Afinal de contas, não é todo mês que ela decide fazer uma visita na escola – é, fazer o que, eu não havia tido uma ideia quanto ao meu argumento.
– A professora Luíza pode aparecer também... – ele sorriu mais uma vez. Ele sabia que havia ganhado essa e eu não fazia ideia de como sair dela... Será que eu queria sair? Claro que eu queria. Esses pensamentos só serviam só para complicar as coisas... 
– Há mais alguma coisa a ser dita? – ele, simplesmente, embaralhava a minha mente, não sei onde estava a razãotalvez ela tenha ido junto com a água na torneira ainda agora. 
– Você deveria só receber um antidoro – o sorriso dele foi um aumentou consideravelmente.
– Acho que isso se encaixa nos pensamentos, ainda não posso seguir todas as regras mesmo, não seria justo que uma pessoa como eu comungasse – nossa mãe! Agora tava pesado... Eu não tinha como sair dessa – Escute, minha cara Olívia, você poderia ficar quieta por um mísero minuto? – não entendi essa – é que há uma ligação sendo feita e... não, esquece. O que eu quero mesmo é estar aqui e ver o que você poderia fazer se estivesse... –  falando isso, ele começou a andar em frente, e eu andar pra trás. Em alguns instantes eu senti uma parede fria atrás de mim e não dava para atravessá-la mais.
desenho adaptado por Anna CarinaOs olhos dele estavam próximos de mais de mim, seus lábios, apesar dele ser mais alto que eu, eu conseguia sentir sua respiração pelos meus próprios. Não sabia como definir isso na hora, mas o frio que eu sentia descentralizou dos meus pulmões e correu pelo meu sistema nervoso, percorrendo do cérebro á as minhas mãos. Não sei ao certo quanto tempo durou, só sei que foi mais intenso do que da última vez. Nunca tinha sentido algo tão... Tão... Tão...

Senti uma lágrima descer do olho esquerdo e deixei antes que chegasse à maçã do meu rosto. Ela havia continuado no rosto dele. Ao sentir minha lágrima, ele deixou o beijo de lado e se afastou, só o suficiente, para ver meu rosto, mas continuava entrelaçado ao meu corpo.

 – eu estou te machucando? – ele disse na mais pura e doce voz, como se ele tivesse querendo consertar algo que ele poderia ter feito para me machucar.

 – nada – eu disse, ainda desejando ele perto de mim outra vez.

 – você não estaria chorando se eu não tivesse feito nada de errado – será que ele não percebeu que o que eu senti estava longe de uma dor não bem vista? Será que ele não pensou que a separação abrupta me deixasse com uma sensação de ausência que causaria um grande desconforto?

 – Eu não dis... – eu senti algo vibrar e percebi que não era eu dessa vez. Era algo na calça dele que pulsava forte, na altura do quadril. Ele olhou pra baixo, meio desconsertado, se afastou um pouco, e pegou no volume que até então eu havia ignorado. Era grande, escuro, e pelo o que eu vi tinha boas funções. Ele pegou seu aparelho e atendeu a chamada... Afinal essa era a função básica de um celular, não era?

 – Alô? – nisso ele fez um sinal com as mãos, pedindo um minuto. Aproveitei esse momento e voltei para o espelho. Algo estava diferente na imagem refletida. Algo rosado esta lá, nas bochechas e nos lábios. Algo quente passava nos cantos em que ele havia tocado.

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Depois de alguns segundos em silêncio, percebi que estava novamente só no banheiro... Quanto tempo já havia passado? Levantei o meu olhar e percebi que a porta estava aberta , do mesmo jeito que eu havia deixado antes quando eu entrei. Não me preocupei em olhar de novo no espelho, pois a tremedeira já havia ido embora, e eu sabia que o meu rosto estava em sua cor natural, sem nada de manchas rosadas nas maçãs. Ao chegar ao corredor percebi que estava solitário assim como o banheiro se encontrava agora. E tudo o que eu queria era saber apenas uma resposta... Então por qual motivo não fazê-la? Mas eu havia pedido que ele me esperasse, e ele foi embora... Algo gélido tocou o amago do meu ser, como se alguém tivesse me lembrado que eu não deveria esquecer que ele, Miguel, estava com a irmã enferma no hospital agora. E eu nem sabia ao certo qual era o estado de gravidade dela... A tarde se passou tão lentamente e mesmo assim eu não consegui vê-lo mais. Em casa, pós banho e janta, Eu cai em minha cama e tive o mais doce e suave sonho... Que agora não me lembro o que foi exatamente, mas foi o suficiente para acordar com o mais tranquilo e aconchegante sorriso em meus lábios... 

sábado, 25 de maio de 2013

fragmentos: Seres humanos

O ser humano fica atentado com coisas que não são fáceis de conseguir. Quanto mais difícil, melhor.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A paixão pela Sereia.

Entre as ilhas eu cheguei e não sabia o que iria acontecer agora...  Havia muitas lendas em costas brasileiras, sobre mulheres com corpo de peixes, chamadas sereias... Eu, marujo esperto, não cai tão fácil nessas baboseiras... Era irreal de mais... Mas agora eu estava perto do lugar onde os pescadores haviam fantasiado... Belas mulheres que cantavam um conto atraente e de olhos azuis e corpos... E corpos apetitosos... Numa ilha deserta? Um monte de mulheres assim? Isso é história da dona Carochinha...

Um canto leve se ouviu e em principio ele ignorou. 
O canto se intensificou e ele se encantou.
Virou o timão em direção onde ele pensava vir o som da voz...
Ao se aproximar, viu belas mulheres mergulhadas na água.
Com a pulsação acelerada, não pensou duas vezes e mergulhou na água.

Risos foram escutados e ele se aproximou ainda mais com mais ferocidade no nado. Ao chegar perto, descobriu que elas eram mais graciosas e mais lindas do que ele havia percebido. Tomou um fôlego maior e, nem parou para refletir nos motivos de tantas belas mulheres estarem tão distante de qualquer outra alma humana, seguiu nadando mais rápido.
Era uma sensação nova. Depois de tanto tempo sem encontrar uma mulher, por causa das dificuldade que o mar estava trazendo, havia poucas facilidades nos caminhos em que ele estava percorrendo... E aquilo era uma dádiva dos deuses...
Sereia
Desenhos baseados em base. Nossa desenhista Anna Carina (vide Imagens)
Os homens não mentiram que aquilo era uma apreciação sobrenatural. De todas as mulheres que eu havia conhecido, nenhuma se parecia com aquelas. Eram deusas jogadas na terra, só pode. Mulheres para acalmar a solidão do coração daqueles que navegam. Eram um jeito de aquecer as noites dos habitantes dos mares. O canto acalentava mais do que os olhos poderiam apreciar a beleza externa...
Chegou a ilha e descansou um pouco. Colocou as mãos sobre os joelhos e baixou a cabeça para pegar um pouco de fôlego... Quando subiu o olhar, deparou os olhos naquelas figuras sobre o mar, bem perto de onde ele estava.

Haviam várias, de tons diversos de cabelos castanhos. Não usavam nada para cobrir os seios além dos cabelos soltos, quando este os cobriam...
Silenciosamente fui me aproximando... Como bom brasileiro, me acheguei para conversar. Elas falavam português? Elas notariam o meu belo sotaque nordestino? Minha pele bronzeada era um contraste com a pele delas, como se raramente o sol chegasse a pele delas... Mas como isso poderia ser possível? Era verão agora e  o sol reinava com toda a pompa dele, ele deixaria sua marca até na pele mais clara da face da terra e, pelo o que eu pude perceber, elas não ficavam nem vermelhas.

Uma delas olhou para mim com um olhar ingênuo. Decididamente sorriu para mim. Era linda de mais.Ela estava meio na água, meio que sentada numa pedra. Ela desceu e mergulhou sentada na água e, simplesmente, desapareceu. Não ouvir mas os outros cantos, procurava-a por todos os cantos. As outras continuavam onde estavam, mas eu só queria está com aquela que sumira. Seria pedir de mais para ter algo carnal com aquela beleza da natureza?

Sai dali e fui procurá-la no mar... Minutos se passavam e eu não conseguia encontrá-la. Onde será que minha musa se encontrava? Um canto, bem leve, escutei. Olhei para a direção de onde eu imaginava de onde vinha a doce e tenra voz. Ela estava ali. Metade humana, metade peixe. Metade branca, metade azul. Seus olhos eram estranhos... Um tom de azul, ou cinza, ou simplesmente sem cor algum. Será que ela conseguia enxergar? Era estranho. Os cabelos dela era longos, mais longos que eu já havia visto... Eram ondulados como o mar... Era amável em sei, se não fosse seus olhos assustadores... Eu simplesmente queria que os olhos fossem diferente... Mas o corpo dela era mais do que suficiente para mim...

Cheguei mais perto daquele ser...
Ela sorria para mim...
Cheguei mais perto...
E o sorriso dela aumentou...
Entrei na água...
Ela estava entre as pedras e desceu novamente...
Os olhos delas começaram a me atrair...
Fiquei grudado naquele terrível-doce olhar...
Ela sorriu e caiu na água, ficando da cintura para cima descoberto...

- O que queres de mim, deusa do mar?
- Você.

E um segundo depois, ela simplesmente me beijou. Os olhos ficaram abertos enquanto ela me beijava. O que ela queria? Senti a mão dela descer sobre o meu corpo e começar a tirar a minha roupa. Não percebi em tempo, mas os cabelos dela estavam cobrindo todo o meu corpo... De repente perco os movimentos das pernas, o beijo ainda continuava. Minhas mãos tocaram o rosto dela... As mãos delas pegaram nas minhas e fizeram recair sobre a cintura dela, aproximando ainda mais nossos corpos...
Me vi preso nos olhos dela, minhas pernas pelos cabelos dela e não conseguia tirar as minhas mãos da cintura dela...

Aos poucos fui sendo arrastado para o mar e, quando eu menos esperei, já estava no fundo do mar. Eu não havia notado a diferença porque o oxigênio era passado para mim pelo beijo dela. Ela começou a fazer círculos comigo, cada vez mais fundo do mar... Eu vi outros pescadores ali, outros marujos, homens que haviam sido considerados mortos ou desaparecidos por suas famílias há décadas... E eles estavam ali, beijando sereias, como eu.

Percebi outros corpos, na verdade, esqueletos. Foi ai que caiu a ficha. Eu estava preso naquele beijo, eu não iria conseguir mais voltar para a superfície. Se eu quisesse continuar vivo, teria que continuar a beijar aquela sereia... Será que eu me cansaria de fazer isso?

Me senti preso pelos olhos, me senti preso... Sabia que eu não poderia ver a luz do sol, tão menos eu queria  parar de fazer o que eu estava fazendo...

fragmentos: Você é aquilo que você pensa ser.

Você é aquilo que você pensa ser.
Então não pense coisas ruins sobre você, mas que podes ir além do que já fez.
Se você se dispõe ser uma pessoa que ver as maravilhas do mundo, você será uma. Mas se estás disposto a não ser nada além do que um corpo humano vivendo no mundo, serás apenas isso.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Fragmentos: Despertar a Alegria

O que fazes para despertar a sensação de alegria? Danças? Ler? Desenha? Escuta música? Caminha? Anda de bicicleta pela Orla de Olinda? Canta?

Fragmentos: Você

Quem é você quando dorme?

fluxo da consciência - enlouquecer

Eu realmente não entendo sobre isso.,..
O que é exatamente o  lance de amor em família?
É suportar os defeitos dos outros e continuar junto?
Ver nos olhos do outro a desunião cravada em cada gesto, gravado um um teor de ser que pode fazer tudo menos encontrar o respeito em si?
Que Droga!
Céus!
Como ficar bem assim?
Que egoísmo o meu, não?
Droga!
Eu poderia parar de pensar desse jeito.

Sou a vilã...
Sou a vilã?
Sou a vilã.

Gritar não resolve...
O que fazer?
Mente demente.
Mente inapropriada com qualquer coisa sã,
Nada...
Que droga...
Sensações Comprimidas,
sensações atormentadas com abertas feridas.
Que droga!

Eu só precisava de doze mil coisas para ocupar a minha mente,
do contrário, irei enlouquecer

Fragmentos: Você

Mil detalhes, dois pensamentos, um milhão de desejo, e uma poesia: Você

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Fragmentos: Vidas


Se mil vidas eu tivesse, mil vidas viveria.
Mil vidas eu tenho na ponta dos meus dedos, no lápis, na caneta e teclado.

Ele - Episódio 2




Sai da sala e lembrei que tinha que sair dali. Não poderia  seguir em diante com isso. Seria perigoso demais. Sacanagem. Ele tinha que ser o meu chefe? Desci alguns andares e fui parar na minha sala. Ali eu poderia ficar mais tranquila... Eu poderia respirar sem me preocupar com a minha vontade de...
Ai que coisa!
Se controla!
Ok.
Batem na porta.
Eu não me lembro de tê-la fechado. Me levanto e abro. Era ele.

Ela - Como você chegou aqui tão rápido?
Ele - Do mesmo jeito que você, com as pernas. - e ele entra na sala dela. - Aqui que é a sua sala?
Ela - É o que está escrito na placa do lado de fora, não é?
Ele - Talvez eu não tido tempo para lê-la.
Ela - Talvez você não tenha intuito de ter tempo para ler isso do que... - e ela parou bruscamente.
Ele - Do que?
Ela - Nada.
Ele - Fale.
Ela - Há alguma diferença se eu falar?
Ele - Há alguma diferença se eu der uma negativa? - Ela sorriu. Ele conseguia aproveitar todas as oportunidades, fazendo com que elas tivessem um ótimo resultado para ele. Ele tinha um ar diferente nele. Não era a aparência que estava atraindo a atenção dela, não era mais. Era a sua resiliência. Um sorriso brotou nos olhos dele quando ele viu que o comentário dele havia modificado completamente a aparência fechada que ela havia se posto.


Ela mexeu um pouco no cabelo, estava imprecisa. Ela não esperava que ele respondesse assim.

Ele - O que você está fazendo?
Ela - Tentando ganhar algum tempo.
Ele - Tempo?
Ela. - Tempo.
Ele - Pra quê?
Ela  - são três e meia agora, estamos no meio do expediente, e tem muita coisa pra fazer aqui, e...
Ele -  Você não parecia lembrar de tudo isso quando estávamos em minha sala.
Ela - A questão não era que eu não lembrava.
Ele - E qual era a questão então?
Ela - Que tive tempo de voltar a minha razão quando você parou para atender o seu telefone.
Ele - Então eu vou lembrar disso da próxima vez.
Ela - Próxima vez?
Ele - Sim, próxima vez.
Ela -  Por que falas como se soubesse que haverá 'uma próxima' vez?
Ele - Vá por mim, terá.
Ela - Se terá, não será agora.
Ele - Como?
Ela - Falas como se fosse num futuro e não agora. Se não é agora, por favor se retire da minha sala.

Um novo sorriso foi estampado no rosto dele. Cara, ele não tinha noção de que trabalhar nesta filial iria ser tão divertida. Ele sabia que o trabalho dele seria útil. Fora contratado para trazer destaque a esta empresa. Mas acho que encontrarei uma diversão, um bônus.
Um silêncio se instaurou entre ele e ela. Ele se moveu até a porta e se virou para ela.

Ele - Não vale a pena. - E, como esperado, a feição no rosto dela de mandona foi substituída por incredulidade.

Ela - O que não vale a pena?
Ele - Não vale a pena você;
Ela - Agora pronto. I can't believe this.
Ele - Why not? 
Ela - Você é sempre assim ou é só comigo?
Ele - Qual é a diferença?
Ela - Eu... 
Ele - Estou brincando.
Ela - Desculpe.
Ele - Por que você está pedindo desculpa?
Ela - Só sinto que eu deveria.

Um celular toca.
Ela - Você não vai atender?
Ele - E se eu atender? Afinal, já percebi que você não me quer aqui.
Ela - Atende então.
Ele - Há alguma diferença?
Ela - Sinceramente? Cai fora.
Ele - As vezes penso que não te entendo.
Ela -What? Who are you to say that?
Ele - Você não sabe? Sou seu chefe.
Ela - Sure! You are my boss! Now everything was clear!
Ele - Você não precisa ficar nervosa.
Ela - Why do you say that?
Ele -  Agora vou indo. - Antes que ele pudesse chegar na porta, ele virou e deu um sorriso dúbio.
Ela - Standing around!
Ele - Sabia que quanto mais nervosa você fica, mais você fala em inglês?
Ela - This is not true. I'm talking in Portuguese.
Ele - Sure!
Ela - Seu celular.
Ele - I did not bring my phone. Should be your ringing.
Ela - Droga. É. - Ela se vira para atender e se aproxima da janela, do outro lado da sala, ao oposto extremo dele. Ao colocar o celular no ouvido, sente que ele havia se aproximado dela.  Sentiu o rosto dele encostar no rosto dela.
Ela - Alô?
E com uma voz baixa, ele sussurrou:  - irás mesmo ficar no telefone?
Ela, que nem deu tempo para saber quem era, desligou o telefone, no momento em que ele roçou os lábios pela bochecha dela.
Ela - What are you doing?
Ele - I'm kissing you.
Ela - What do you want with me?
Ele - Whatever you want to do with me.

Sons e toques... Sensações novas e desejo aflorando em cada gesto que eles faziam..
Ao toque que arrepia, ao som involuntário que escapa dos lábios quando se está sentindo além do toque físico.
Nossos body se unindo, nossa respiração se misturando, já não sabia qual o corpo era de quem, estávamos unidos, em todos os sentidos.

O beijo foi descendo e subindo pelos rosto até chegar nos lábios... Ele mantinha os olhos fechados, mas sua respiração estava completamente se alterando... O beijo parecia mais um guerra entre lábios e mãos que tocava meramente a superfície da pele exposta... Era apenas um beijo, que os fazia unir...

Uma queda de energia no prédio fez com que as luzes se apagassem e a sala ficasse completamente escura. Eles foram andando até chegar no birô do escritório. Objetos foram jogados no chão. Ela ficou sentada enquanto ele em pé. Ele se ajoelhou e ela fechou os olhos e jogou o rosto para trás. Ele estava descendo os beijos... Ele estava retirando a proteção que as roupas traziam... O beijo era quente.. O beijo era gelado... Era apenas... Era toques... Aquilo ali estava ficando bom de mais.

Ele - O que você está pensando?
Ela - Em você.
Ele - Em mim?
Ela abriu os olhos e descobriu-se na sala dele, agora ele não estava mais olhando para o nada na janela, mas  estava com uma cara esquisita olhando para ela. Droga, droga e droga! Percebi que havia sido uma ilusão, uma droga de sonho acordado. Eu merecia! Que raiva de mim! Raiva não, era apenas um desejo.
Ela - é... bem... no projeto que você falou mais cedo... Nós poderemos concluir ele com...
E lá se foi mais um dia de trabalho com o meu chefe de camisa xadrez.

domingo, 19 de maio de 2013

Fragmentos: Especial

Especial demais para ser esquecida e não se encantar todas as vezes que tiver acesso...

fragmentos -Sinusite

A sinusite está querendo aflorar em mim agora,
¬.¬ vem não, sua insensata.
Ninguém te convidou.

fragmentos: Ideias

Ideias são como sementes. Se forem bem regadas, dão ótimas histórias.

Propagandas do Google

Eu tinha blog e descobri que havia uma pequena ferramenta pra colocar propagandas, coisa pequena, mas que poderia gerar algum lucro. Li o contrato. Eu tinha uma mania de ler todos eles, todas as contas da internet ou qualquer coisa ligada a ela. Enfim, li. Fiz e esperei a liberação.
Perfeito.
Coloquei umas propagandas do Google no meu blog. Cada clique que dão em cima do link da propaganda, eu ganho R$ 0,01 ou R$ 0,02. (Eu sei, um valor bem pouco, enfim, não custava nada colocar, não é?). 
Fui ver quanto isso já havia gerado, e fiquei divertida ao ver o valor. Tenho acumulado, por favor não ria, um valor bem estimado, bem mesmo. A soma da quantia chega a ser exatamente R$ 1, 27. De boa, sério. 
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Daqui a dez anos eu poderei fazer um saque, afinal, o mínimo para ser sacado é de R$ 50,00.
Achei que isso poderia ser divertido.
No contrato diz que eu não posso pedir para que cliquem, então eu não vou pedir.
Achei que isso poderia ser uma história divertida, sei lá. 
"Não se iluda", pensei. Será mesmo que as pessoas pensam que vão ganhar muito dinheiro colocando isso?
Bem, já é uma coisa, afinal, não é todo mês que você ganha R$ 1, 27.

sábado, 18 de maio de 2013

Aula de Português com Samanta


Aula sobre classificação, usando a palavra genérica 'Coisa':
Essas poia de coisa coisando qualquer coisa e mexendo coisadamente.

De coisa= adjetivo (qualifica um nome.)
Coisando= verbo (indica, de alguma maneira, a ação de algo)
Coisa= substantivo ( relação de nomes, nome de algo)
coisadamente = advérbio (toda palavra terminada em 'mente' é advérbio. Qualifica, delimita, ajusta, caracteriza um verbo)

E ai, difícil?
Qualquer coisa, coise o livro e encontre a coisa e coise.

Reencontro

Ela - O que você faz aqui?
Ele - Quero falar com você.
Ela - O que tens pra falar comigo, afinal?
Ele - Você teme por eu estar assim tão perto a você?
Ela - Não. Da última vez que nos encontramos foi uma despedida triste. Não sei se tens algo pra me falar.
Ele - Tenho.
Ela - O que é?
Ele - Pra quê a pressa?
Ela - A questão não é pressa.
Ele - É o que então?
Ela - Não é nada.
Ele - A pois viu*!
Ela - Sério.
Ele - Por que você fica tão nervosinha assim? É só porque eu estou por perto?
Ela - Não.
Ele - Então...???
Ela - Fale logo o que queres falar.

Ele se aproxima dela e fica poucos centímetros da face dela. Ela dá uma tossida involuntária.

Ele -Você está bem?
Ela - Estou.
Ele - A vá, sério*? Você está bem mais magra do que da última vez que eu te vi.
Ela - eu não acredito que você veio até aqui falar sobre o meu peso. Já tenho gente que faça isso, não precisas ser mais um.
Ele - tens mais gente fazendo essa observação em você?
Ela - hum... Sério, isso já está me cansando. Por favor, há algo que queiras falar comigo?
Ele - Pra quê a pressa? Até parece que estás correndo contra o tempo.
Ela - O que você entende como 'tempo' pode ser algo diferente do que eu penso.
Ele - Eu só queria...
Ela - Queria? Não quer mais?
Ele - Eu quero, CARAMBA! Posso continuar sem que você possa me interromper?
Ela - você não precisa gritar!
Ele - desde quando você ficou sensível assim?
Ela - Que chatice!- respira um pouco e olha para ele - diga agora então - falou isso mais tranquila.
Ele - Você ficou chateada comigo?
Ela - Chateada? Eu não usaria esta palavra.
Ele - Qual você usaria então?
Ela - Antes da minha resposta, me responda apenas uma coisa: Por quê agora?
Ele - Deveria haver um porquê agora, por acaso? - ele reparou no alívio que brotou no rosto dela. Haveria realmente alguma coisa que estava acontecendo e ele não estava sabendo? Mas que droga. Ele deveria ter procurado saber como ela se encontrava e não ter ido de surpresa encontrar com ela. Isso, em definitivo, não havia sido uma das melhores ideias que ele já tinha tido.
Ela - Não.
Ele - Já que eu respondi a sua pergunta, responda a minha, sim?
Ela - fiquei magoada. Magoada é a palavra certa.
Ele - Você me perdoaria?

Mais uma vez ela tossiu e levou a mão rapidamente para o rosto e percebeu que o alívio que ela havia sentindo há pouco tempo estava sendo substituído por uma leve apreensão. Ódio disso. Eu a conhecia muito bem e pensava que havia perdido essa percepção de leitura no corpo dela.

Ela - Eu tenho que ir agora.
Ele - Não. Você não tem que ir a lugar nenhum. Fala. Me perdoas?
Ela - Se isso faz você dormir melhor a noite, se é apenas uma palavra que queres ouvir...
Ele - Caramba Selena! Dá para parar de fazer isso?

Ela - é apenas a verdade do modo que eu a vejo. Te dizer perdão não vai te colocar na minha formatura. Te dizer perdão não vai apagar aquelas horríveis memórias que eu tenho de você indo embora. Caramba! Sério. O que queres de mim, em?
Ele - eu já te disse, quero seu perdão.
Ela - Eu te perdoaria mil vezes se soubesse que valeria a pena.
Ele - Eu te amo!

Ela - Desse tipo de amor eu estou dispersando.
Ele - Dispersando?
Ela - Ops! Eu sei que você entendeu, mas se é uma correção que queres... Eu estou dispensando.
A cor foi sumindo do rosto dela e, antes que ela pudesse chegar ao chão, ele a tomou nos braços.
Ele - Que Diaboos está acontecendo, Selena?
Ela - Por favor, ligue para a Sah...
E ela desmaiou. 
-------------------------------------------------------- fim ato 1 -----------------------
 Ao telefone...
- Alô, Seleninha?
- Sah?
- É ela, quem é?
- Oi... Sou eu... Marcos.
- Marcos?
- Há muitos Marcos que você conhece?
- Amigo da Selena do curso?
- Não.
- Então és o...
- É, sou eu.
- Cadê a Selena? Por que você está com o celular dela? Mascos, aconteceu algo? Dá pra falar!
- Calma Sah. Ela me pediu para ligar para você...
- Ah... Ainda bem. Pensei que havia acontecido algo...
- Mania de vocês de cortarem a pessoa quando está falando... Isso deve ser um mau de família, só pode.
- hum... Fala então, horas. Estou trabalhando e não posso...
- Ela desmaiou depois de ter pedido para ligar pra você.
- Nossa. Leva ela para o Pronto Olindense que fica na Várzea. Pega um táxi, há dinheiro na bolsa dela.
- Pra quê o desespero?
- Agora. Eu já estou me encaminhando para lá.
- Há alguma coisa com ela?
- Tá! Há um remédio... Caramba... Tarja preta ai, dá ela enquanto se encaminha.
- O que ela têm?
- Se não fizeres isso logo, ela vai morrer. - E desligou o celular.

Ele - O quê?

----------------------------------Fim do 2 ato ------------------------------------------------

Não poderia ser verdade. Sah só poderia estar brincando. Não... Morrer? Como assim? Ela ela era bem jovem para morrer de morte morrida... Pera... Será que... Eu sou muito burro mesmo. Ela estava bem mais magra, estava muito pálida e estava tentando não se estressar comigo. Que droga! Será que eu.... Que ódio, que ódio, que ódio de mim. Mas antes de continuar com qualquer outra merdaa de reflexão, preciso levá-la esse... A esse... Memória idiootaaaaa. Tinha que ser falha logo agora? Eu poderia pegar o meu carro, mas eu não fazia ideia de onde era esse local. Ai que droga! Já estávamos no Boa Vista* mesmo, seria um passo para chegar lá... Ai que coisa.

Ele demora cerca de trinta e cinco minutos para encontrar o local, pois ele errou duas vezes a entrada para o hospital.

Ele - Estou com Selena no carro.
Recepcionista - Quem é Selena? - Será que eu havia perdido o endereço de novo? Não poderia ser. Ai que coisa! Que inferno, isso, sim.
Ele - Uma repórter do Diário das Páginas Reais.
Ela - Quem?
Que coisa, que coisa, e quer coisa! Ele pega os documentos que ele tinha retirado da bolsa dela e entrega a recepcionista.
Ele - Ela é...
Recepcionista - Onde ela está?
Ele - No carro.
Recepcionista -  Você deveria ter trazido ela direto. - e faz alguns chamados pelo telefone e alguns enfermeiros e outros que trabalhavam no hospital chegou. Ele os levou até o carro e eles a levaram.
 ------------------------------------- fim do ato 3 ------------------------------------------------
--------
Sah - Onde ela está?
Marcos - Não sei ao certo. Por que você demorou tanto?
Sah - Eu estava no trabalho. Mesmo com a liberação que tenho lá por causa de possíveis acontecimentos, eu não poderia chegar mais cedo. Peguei o engarrafamento. Você deu o remédio dela?
Marcos - Dá para respirar e falar mais devagar? Primeiro, o que há com ela?
Sah - Me responde primeiro você: você deu o remédio a ela?
Marcos - Não. Eu esqueci.
Sah - Marcos! Sério isso? Eu te pedi para... Desculpa. Eu sei que você não tem nenhuma obrigação... Só pensei que seria mais humano de sua parte.
Marcos - Dá para explicar o que diaaboos está acontecendo com ela?
Sah - Primeiro me responda uma coisa.
Marcos - De boa, mas eu tinha me esquecido como é  acho um saco esse 'primeira coisa' de vocês.
Sah - Sério. O que vocês estavam fazendo juntos?
Marcos - Nada. Cheguei de viagem há algumas semanas e pensei encontra com ela.
Sah - Por quê?
Marcos - Eu tive as minhas razões. Agora que eu já respondi a sua pergunta, favor responde a minha. - Eu já estava ficando farto com todos esses acontecimentos.

Sah - Ela está doente.
Marcos - Isso eu já pude perceber.
Sah - ótimo, não há mais o que  explicar.
Marcos - Mar menino*! Disseste que se eu não fizesse o que estavas me pedindo ela iria morrer.
Sah - Todos iremos morrer algum dia, poderia isso acontecer, não? Disseste a mim que ela havia desmaiado.
Marcos - Oxe* garota. Estás escondendo algo de mim?
Sah - Só não sei se é justo falar com você. É ela que deve te dizer isso.
Marcos - Me conta.
Sah - Ela... Bem, ela tá com uma doença grave. O médico disse que quando essas crises começassem, o caso dela estaria piorando.
Marcos - O que ela tem?
Sah - Não sabemos ao certo. Os médicos nunca ouviram falar dessa anomalia que acontece com ela. Algo no cérebro. Enfim, talvez viva alguns meses... Talvez apenas algumas horas... Eu realmente não sei...

Ela se levanta e vai para o lugar que a sua irmã Selena se encontrava. Ele não sabia ao certo o que havia motivado ele procurá-la depois de tanto tempo. E agora que havia reencontrado, não sabia ao certo por quanto tempo ela iria continuar a viver...
--------------------------------------- fim deste ato ---------------------------------------------
Nota:
Afinal, o que entendeste nesta história? 
Não é preciso explicar o motivo de uma separação para entender o que acontece entre Marcos e Selena. E você, há algo que você adiou, algum encontro ou deixou de lado um amor por motivos quaisquer? Não é uma crítica que eu estou fazendo, estou apenas fazendo uma reflexão. Acredito que só não há  jeito para a morte. Que, enquanto vivemos, somos capazes de escrever e reescrever a nossa história. Seria muito triste um amor ser escanteado por motivos diários. Eu sei que cada pessoa tem a sua concepção de amor, de relacionamento... Enfim, dessas coisas todas. Mas acho mágico o fato de você conseguir amar alguém. E acho uma fantasia, algo meio irreal, ele ser correspondido. Se amas alguém, ame. Não permita que o 'destino' faça o lance 'entre almas' corroer.
Se virou cinzas, renasça como a fênix , ou pinte a cara com ela :)
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Nota: 
A pois viu: expressão linguística nordestina que significa uma forma de expressar espanto,  'mas meu Deus', 'me poupe'.
A vá, : expressão linguística (não sei ao certo de se há o uso dela em outras partes do pais, mas que é também usada no nordestinês) que significa incredulidade. Algo que poderíamos usar 'duvido', 'fala sério', 'não venha com essa história'. Também uma expressão um pouco sarcástica de 'vai', significando o oposto, ou seja, 'não vai'.
Boa Vista:  um shopping center que fica situado no centro do Recife no bairro da Boa Vista. Fica próximo ao Bairro da Várzea, se contarmos uma ida direta de carro e sem engarrafamentos encontrados no horário do pique.
Mar menino: expressão linguística nordestina, tem as suas variantes, como: mais menino /m/ /e/ /n/ /i/ /n/ /u/, mar menino. Expressão de incredulidade, de reclamação. De não aceitar algo que está sendo dito como verdadeiro.
Oxe: expressão linguística nordestina. Tem as suas variantes: por exemplo em Pernambuco é oxe, na Paraíba é Oxente. Significa 'oh gente', expressão que poder ter vários sentidos, mas sempre de surpresa. Isso vai depender do tom que a pessoa usou. Pode ser algo bom, ruim, mentiroso, espantoso.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Fragmentos: Brilhar

A única pessoa capaz de fazer que sua estrela brilhe é você.

Fragementos - Desabafo 2

Sabe o que é estranho? É você ser ainda a minha musa depois de tanto tempo. Boa parte das minhas histórias giram ao seu redor. Eu sei que não te tenho em minha mente tanto quanto te tinha antes, mas não posso evitar de ter novas criações sem você. Procuro outras musas, já me apeguei até a um gênio... Mas acho que estas cravado na minha eterna linha de inspiração. Talvez seja apenas uma tola saudade, ou uma saudade tola.

Contos do tio K - Academia


Outro dia indo a academia. Não era chato quando se ia com os amigos, verdade. Eu já estava acostumado com a bagunça diária, das brincadeiras que eles faziam... Certo que eram bobagens, mais certo ainda era que parecemos crianças. Bando de marmanjos com mais de dezenove anos na cara e fazendo papagaíces.  Bem, de certa forma isso é bem divertido. Nossas brincadeiras são tantas que passamos mais tempo tirando onda um com outro do que fazendo os exercícios em si. "Você está pesadinho hoje, o que andou comendo no final de semana?", "Deixa queto isso. Ela pode ouvir". "Ela?". "Mentira! Olha a cara dele. Provavelmente o 'ela' que ele está se referindo é a mãe dele. 'Ela' fez o que no almoço do sábado? Feijoada? Lasanha? Ou vocês saíram para comer aquela pizza?". "Ei pô, diminui os pesos, estás fortinho hoje. Só que não." Quando não era isso, ficávamos olhando as 'garotas' malhando. Elas malhavam de tudo, glútens, panturrilha, braço,costas, peito... É... Como não olhar aqueles corpos pegando pesado sem imaginar que elas estão... 

Enfim, nossa academia era bastante improdutiva quanto ao corpo. A arriação era, de veras, pesado. Porém era isso que nos juntava. Éramos a turma da academia.

Hoje estava indo só. Sei lá. Eu tive que trocar o meu horário na empresa por conta de uma promoção que eu tive. Enfim, indo.
Ou isto ou aquilo.
Vinte minutos lá e eu ainda não havia decidido se iria usar o supino* ou se ia para o halter*, quando me vejo perdido olhando para a janela, cuja a visão era a frente da academia e a praia de Olinda. Um carro com detalhes prata, enorme e... Caramba! Este carro só tem na Holanda. Sério que eu estou vendo isso aqui?  O cara poderia ter... Sei lá, um Celta ou um HB20 Hyundai. Mas aquilo ali era esbanjar status. Me deixei levar pelo caminho que aquele Bugatti Veyron Super Sport. Ele era tudo o que qualquer outro homem poderia desejar num carro. Estacionou no estacionamento exclusivo da academia. Saiu de lá um homem bem apessoado, porém gordo. Nada contra gordos, afinal eu estava quase nessa faixa. Eu disse quase. Não possuía um corpo ruim, só tinha uma barriguinha sobrando... Enfim. Peguei o supino reto e comecei a fazer as flexões necessárias para o seu devido uso. Fiz três séries, de oito repetições cada, com sessenta quilos.

Quando me levantei, fiquei sentado por poucos segundos antes de deparar no gordinho do carrão da Holanda. Ele saia do vestiário. Ele foi em direção das bicicletas... Das bicicletas? Como assim, cara? O cara vem com um carrão potente para a academia e simplesmente vai andar de bicicleta? Sem noção isso, não? Tipo, se ele queria andar de bicicleta, por que não comprava uma? Dinheiro ele tinha.  Fui fazer outros exercícios. Meia hora depois olhei para ele, ele ainda continuava. 'Quer trocar o carro por minha bicicleta?', eu pensei. Sacanagem. Eu em... Andar de bicicleta da orla de Olinda era ótimo, mas fazer isso na academia era o cúmulo.
Terminei minhas séries e fui para casa. 

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Nota: Supino é uma barra onde se colocam anilhas para exercícios pra peito, e halter é aquele peso comum para exercícios de bíceps (explicação de Eudes).
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permissão da imagem dada no dia 2 de junho, na inbox do facebook, de 00.59 minutos.
As histórias de tio K são criadas a partir de algum comentário feito por K.
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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Fragmentos: Arriada

Corpo quente, respiração alterada, vontade que te leva pra cama e te deixa arriada. 
Estou gripada :-(

fragmentos: Dor

Dor quando doe é mais dolorida do que a própria dor.

fragmentos: Doente

Corpo cansado, mente deslocada, corpo dolorido, sem paciência, sem coragem de me levantar.
Odeio ficar doente, me sinto meio demente.
Respirar incomoda, se mover então...
Sei lá.
Apenas doente

quarta-feira, 15 de maio de 2013

fragmentos: escrever

traduzir pensamentos em palavras

Ele - episódio 1

Ele olhava tranquilamente algo pela janela...
Será que tinha ideia de quão sexyy ele se encontrava com aquela camisa xadrez? O dia fazia um calor grande e, mesmo com o ar condicionado ligado, ele mantinha alguns botões soltos...Eu estava aqui sentada e ele naquele olhar perdido da janela... O calor foi aumentando... Isso não pode ficar assim... Me levantei sem tirar os olhos dele, e ele ainda continuava olhar para aquela bendita vista... Que coisa! Me virei e nem fechei o computador.

- para onde você pensa que você vai? - O tom de chefe era claramente percebido em cada palavra que ele pronunciava. Parei de andar, respirei fundo três vezes, coloquei um sorriso nos meus lábios e virei para ele.

- me lembrei que eu tenho que fazer uma ligação. - ótima ideia, pensei.

- e como pretendes fazer essa ligação? - um sorriso foi brotando nos olhos dele. Passava um ar triunfante. Parecia que ele havia ganhado algo.

- Com o meu celular, horas!

- Seu celular está carregando, olhe, está plugado em seu pc. - Droga, droga e droga! Havia esquecido desse pequeno detalhe. Instintivamente procurei algo para dizer. - Ainda não me respondeu. Onde você vai? - meu olhar, mais uma vez, se prendeu na parte exposta, a camisa, do jeito que estava, despertava o desejo de colocar as mãos sobre ela... - Estás com um sorriso bobo, sabia? - Céus! Que inferno! Olhei para ele. Eu não deveria me sentir assim... Caramba, era apenas a droga do meu chefe. Bem que ele poderia ser velho, cabelos brancos e tudo! Mas não... Tinha que ser um recém-formado? O que será que ele tinha para ser contratado tão rápido para um cargo tão alto? Ele se mostrara bastante inteligente na última reunião, tinha algo em seu sorriso... Ele tinha confiança. Caramba! Não posso pensar... Que droga.

- Está acontecendo algo? - ele disse se aproximando de mim. Claro que está!

- I want to take you to bed. I want to see if you're all this ...

- O que você disse?

- Nada. 

-Meu inglês não é tão bom... - não sei se isso era um alívio ou se ele estava querendo me testar. Eu não queria mostrar para ele que  eu trabalhava em traduções na empresa, eu pensei que, só seria mais fácil... Ele tinha que saber inglês... Que droga. Me virei, tentando sair da sala. Ele foi mais rápido, fechou a porta e ficou na minha frente. Céus! - Repita, sim? - senti um quê de dúvida nele. Será que eu encontrei algo que ele realmente não dominava? Ele deu um passo para frente e eu para trás. Eu estava bem perto do sofá. Não sei se era proposital ou...

- Se eu posso... I would like know if you're all this, if you're really all this... - percebi que ele continuava sem entender. Eu não teria coragem de falar isso em português.  Mais um passo ele deu em minha direção. Percebi que ele era bem maior do que aparentava... Dei um passo para trás...  - Não sei ao certo se você não está entendendo ou se simplesmente está gostando de ouvir o que eu estou dizendo. - Um sorriso aflorou nos lábios dele.

- O que te faz pensar isso? - e mais um passo ele deu, eu dei para trás e toquei no sofá. Minha respiração começou a acelerar só com a ideia de... Droga! Agora eu estava entendendo... Ele estava entendendo claramente o que eu estava dizendo e eu, que droga, repetindo. Demente, demente e demente! Não... Eu não sou demente, apenas eu não tinha pensado nesta possibilidade... - How much time do we be on this?- Mentira, mentira, mentira! Que um buraco se abra no meio dessa sala se isso não der certo.

- Eu apenas estava desejando um pouco... Desejando saber se essas ondulações são suas ou estás usando algo por baixo para moldar o seu corpoo...

- Veja então... - E com alguns míseros segundos ele desabotoou-a e a largou no chão.

- Eu posso...?

- Experimente. - Ele estava olhando para os meus olhos no momento em que disse. O toque foi de leve, a princípio. Minha mão subiu e desceu nele. A mão dele levantou meu rosto. Toques leves foram espalhados no rosto dele com a minha mão. A respiração dele estava se misturando a minha. O beijo começou leve e foi se intensificando, tanto o beijo quanto os toques. Ele mantinha os olhos fechados durante todos os movimentos. Apesar de sentir a respiração dele mudar eu não conseguia saber ao certo se ele estava gostando... Os olhos dele estavam fechados e isso me impedia de ler as alterações que estavam acontecendo nele...

A queda no sofá não foi percebido, não sei se cai ou se ele me deitou ali. Só conseguia sentir a mão sobre miim e eu tocaando nele. Por um momento ele parou e ficou olhando para mim. O que será que ele iria fazer? Seus olhos tinha um brilho peculiar, seria desejo aquilo que eu via? Ele deu um passo para trás... Taria ele hesitando? Chegou até a porta e verificou de ele havia trancado. Trancou. Virou-se para mim, olhou para a mesa dele e foi pegar algo. Em instantes estava com uma pequena embalagem entre os dedos. Aquilo seria uma... Seria? Era. Um frio na barriga começou a vibrar em mim.  Nós realmente iriamos fazer... Seria uma proteção que ele queria ou evitar uma possível gravidez indesejada?

Chegou perto de mim e se sentou do meu lado. Com um movimento rápido me colocou no colo. Devagarinho recomeçou a me tocar, desprendeu o meu cabelo, fazendo que ele descesse como uma cascata sobre o meu ombro.Os beijos recomeçaram... O telefone da sala tocou uma vez. Ignoramos até ele parar de tocar. O celular dele ligou uma vez, duas, três vezes. Paramos e ele foi olhar quem era.

-Desculpe, mas eu tenho que retornar, é urgente. É a Glória. - E foi ligar para ela.Quem é Glória? E por que tinha que retornar com urgência? Ai que droga! Ele não poderia fazer isso mais tarde? Sacanagem, pura sacanagem. Que é a Glória? Que droga! Mil vezes Droga! O que eu estava fazendo? Me levantei e me ajeitei com pressa. Senti o olhar dele sobre mim, mas ele estava falando com outra! Droga, droga e droga!

-Só um instante. Eu já volto a falar com você. Só um instante Glória! Certo. Ok. Té  mais tarde.- E ele desligou o celular. - Onde você vai?

- Talvez essa informação não seja tão interessante para você agora. Tenho que ir. - Peguei minha bolsa e o meu computador. - Nos falamos mais tarde.


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CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO 2 
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