segunda-feira, 22 de agosto de 2011

sapo na esquina

Numa esquina dessas, próxima a minha casa, deparei-me num grande sapo!
Ele era enorme, verde. Havia algo estranho nele, algo que eu não conseguia identificar. Era apenas um sapo! Por qual motivo eu tinha que ficar olhando aquele pequeno ser? Continuei minha caminhada. Na volta vi que ele ainda continuava lá. 
Várias vezes eu andei, mas ele sempre estava lá. Estaria perdido? Acampando? Estaria procurando alguém?
Continuei a andar. 

Numa noite dessas ele há de sair de lá, enquanto isso eu só estou a observar.
Mas só era um sapo!
Que coisa.

Conceito do Amar

Amar
é derramar,
água doce no mar
É mergulhar
na sinceridade de um olhar,
é se encontrar
com alguém que te entende
não como se estivesse ao espelho
mas sem carne, sem osso.
O que passa do coração ao cérebro
É se entregar
sem medo de despertar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Empurrãozinho


 - Posso dizer qualquer coisa aqui? - Ela disse.
- menos anunciar que tem um cururu aqui - ele disse.
- Então... eu posso ficar calada? - Ela disse, abaixando o tom em algumas oitavas.
- Qual parte de 'dizer' eu não entendi? - Ele fez aquela cara de incompreensão que eu não gostava.
- Posso ir pra casa? - Ela disse, olhando para baixo. Não estava com coragem de olhar pra ele. Provavelmente ele iria dá um carão só por ela ter pedido isso.
Ele se ajoelhou, ficando com os olhos  na mesma altura que a dela e disse: - você pode ir para casa sim - falou isso bem calmo e só continuou a falar quando ela olhou para ele - mas muitos estão esperando que você fale. Não vai ser difícil. Não precisa ter medo. -
- Você vai rir? - ela disse, com uma pontinha de dúvida na voz.
- Só se você quiser que eu ria, Sophia. - ele disse isso com o olhar mais tranquilizador possível. Passou a palma da mão direita sobre os cachos de sua filha. Ela riu. Foi uma excelente oradora da turma de alfabetização da Escola saber.  

< moral: As vezes só é preciso de um empurrãozinho para as coisas darem certo >

terça-feira, 2 de agosto de 2011

De Encontro

Acordei de madrugada e não consegui dormir novamente. O que havia acontecido? Não houve uma noite sequer que eu tinha perdido o sono. Ao mirar os meus pássaros, uma espécie de anunciador de ventos com 11 pássaros azul-arroxeado, tentei relaxar. 

Todas as vezes que eu fechava os meus olhos eu encontrava com um par de olhar que me fazia entrar num mar de dúvidas. Como eu poderia ter certeza se aquele olhar era um que eu mais desejava? Burlei o meu medo e cerrei os olhos para ver o que aconteceria.

Cai num lugar calmo e escuro. Eu não estava muito próxima, mas ouvia o som das ondas quebrarem na camada mais macia da praia. A praia a noite pode provocar medo, solidão ou nenhuma divisão. O mar a noite não tem a divisão que horizonte obriga o dia a fazer. Não há limite entre o que é o céu e o mar. Eles vivem numa harmonia cálida. Vivem pacificamente entre si.

Ao longe, alguém caminhava, na minha direção. Apesar de ser noite, eu já sabia quem estava por vir. Ele caminhava segurando seus óculos. Fazia tanto tempo que eu não o via com aqueles óculos. Ele, decididamente, não sabia o quanto mexia comigo só por estar usando aqueles simplórios óculos. Às vezes o meu olhar pairava no seu rosto. 

Eu tinha medo de olhar outra vez para ele, olhando através daquela proteção a ajuste para os olhos, de me trair e deixar-me levar por aquele simpático sorriso, por aquela agradável e doce voz. Eu tinha medo de estragar ou de deixar as coisas não irem bem novamente. 

O que ele fazia vindo em minha direção? Comecei a temer a me apegar novamente por aquele ser que caminhava lentamente de encontro comigo...

Como se eu soubesse que esse seria o meu maior desejo ou a intriga que eu lutava mentalmente. Algo em mim ainda desejava que isso desse certo, apesar de ter sempre a dúvida. A clareza que o mar separava me atormentava.